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Desenvolvimento de RR pode ser através da integração com o AM

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
04 de Jul de 2001

No Seminário Calha Norte, um dos pontos mais importantes da agenda de hoje será a apresentação do plano de desenvolvimento integrado para a região. Um dos responsáveis pela elaboração do projeto é o Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae). O diretor técnico da entidade, o economista Roberto Cavalcanti de Albuquerque, disse que os recursos de Roraima devem ser melhor estudados e que o desenvolvimento não está restrito às exportações.
Em entrevista à Folha, ele disse que o estudo geral para a Amazônia Setentrional na região do Calha Norte está concluído e foi entregue ao Ministério da Defesa. Trata-se de uma proposta estratégica de desenvolvimento regional para os próximos dez anos. Dentro deste planejamento, Roraima está incluído entre as três áreas prioritárias, além das regiões do Rio Negro e Japurá/Solimões.
O diretor do Inae informou que a importância de Roraima neste contexto inicialmente está vinculada à concepção do programa Calha Norte de cuidar da fronteira e o Estado ter uma grande extensão de fronteira com a Venezuela e com a Guiana.
"Roraima é estratégico do ponto de vista de uma política que objetive vivificar as fronteiras nacionais. Depois, pela importância que o Estado adquire em termos de inserção do Brasil nos mercados do Caribe e da Venezuela e, através destes países, nos mercados da América do Norte. E ainda porque é um Estado com grandes potencialidades de desenvolvimento", comentou Roberto de Albuquerque.
Segundo ele, para entender as potencialidades regionais é preciso primeiro compreender a importância estratégica de Roraima a partir do eixo formado pela BR-174 e suas ramificações. "A diversidade de recursos naturais e de paisagens que têm savanas densas ou menos densas, campos limpos, recursos minerais importantes antevê para este Estado um potencial de crescimento e desenvolvimento muito grande", destacou.
Conforme o economista, outros aspectos também precisam ser levados em consideração, como a forte corrente migratória que transforma o Estado em uma nova fronteira. "Depois, dada a sua localização, Roraima é uma espécie de base, seja em direção ao Caribe ou ao norte da Venezuela, em conseqüência aos mercados do hemisfério norte".
O diretor do Inae observa ainda que o desenvolvimento do Estado não está atrelado apenas à perspectiva de exportação. Afirmou que, se observado na direção sul, também é o caminho para uma integração maior de atuação no campo da biodiversidade e da bio-indústria.
"É necessário uma integração maior com Manaus e até com Itacoatiara (AM), na medida em que este município terá um porto e poderá receber soja de Roraima. A partir daí, criar-se um eixo de desenvolvimento da bio-indústria que tenha como componente a soja."
Quando trata do desenvolvimento desta região, o economista disse que ele pode viabilizar-se em quatro linhas: o uso racional dos recursos naturais, em particular da biodiversidade e a sua integração com a atividade produtiva agropecuária.
"É preciso preservar por muitos anos os chamados espaços de reserva, com objetivo de conhecer melhor seus recursos e proteger as comunidades indígenas e seu patrimônio étnico/cultural. Também aprofundar o conhecimento dos recursos minerais existentes nesta área, e aí se insere o ecoturismo. Por último, os grandes vetores de comércio", frisou.

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