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Descoberta nova espécie de animal sob museu do Rio

O Globo, Eureca!, p. 24
01 de Dez de 2003

Descoberta nova espécie de animal sob museu do Rio

A criatura ao lado é ainda mais estranha do que sua aparência sugere. Ela é uma prova superlativa de que conhecemos apenas uma pequena parcela da biodiversidade da Terra e que há milhares de espécies a descobrir. Pesquisadores do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, a descobriram literalmente sob seus pés. Trata-se de uma nova espécie de amblipígeo, ou aranha-trator. O interesse por ela seria restrito aos especialistas em aracnídeos (aranhas, escorpiões e aparentados) se não fosse o fato de ter sido encontrada não em florestas ou cavernas, mas na escuridão das galerias subterrâneas de águas pluviais do museu. Por mais ermas que sejam as galerias, a espécie obviamente não se originou lá. Veio de fora. De onde, seus descobridores, Alessandro Ponce de Leão e Renner Baptista, não fazem a menor idéia. Especulam que tenha vindo de carona em algumas das muitas amostras de plantas exóticas enviadas para o museu. Pode ser de qualquer lugar do mundo, embora Alessandro suspeite que seja brasileira, já que se parece com algumas espécies do Brasil. Trata-se de um pequenino parente das aranhas - tem cerca de dois centímetros - que caça mosquitos e outros insetos nas galerias escuras. A descoberta foi obra do acaso. Alessandro e Renner vistoriavam a coleção de aracnologia, quando se depararam com animalzinho cuja etiqueta, datada de 1973, indicava como lugar de coleta o próprio museu. Inicialmente, pensaram se tratar de um erro. Por via das dúvidas foram conferir e não só descobriram colônias destas criaturas como verificaram que se tratava de uma espécie inteiramente nova. O novo amblipígeo será oficialmente apresentado à comunidade científica no IV Encontro de Aracnólogos do Cone Sul, entre 7 e 13 de dezembro, em São Paulo.

O Globo, 01/12/2003, Eureca!, p. 24

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