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Deputado quer explorar gás natural na Serra do Divisor sem autorização do Ibama

O Rio Branco-Rio Branco-AC
28 de Jan de 2002

A possibilidade de haver lençóis de petróleo e gás natural ainda intactos nos subterrâneos do Parque Nacional da Serra do Divisor está empolgando o deputado e empresário Valdomiro Soster (PSDB). Para constatar a veracidade dos estudos, feitos pela Petrobrás na década de 70, Soster pretende organizar uma caravana com técnicos e especialistas na área para visitar o parque nacional para que façam uma revisão nos 160 pontos onde relatórios feitos pela empresa petrolífera brasileira teria detectado os produtos. Para Soster, a constatação dos pontos de gás e petróleo no parque seria a redenção do Estado do Acre, que hoje está na eminência de ficar na dependência energética de Porto Velho-RO através do linhão que fornecerá a eletricidade necessária para abastecer a capital.

Mas a empolgação do deputado pode vir por água a baixo caso insista em fazer a tal da vistoria sem a autorização do Ibama, como anunciou que pretende fazer. De acordo com a superintendente do Ibama-Acre, Idelcleide Rodrigues Lima, "ninguém pode entrar no parque sem a autorização prévia da instituição. Aquilo é um parque de conservação nacional e não a casa da mãe Joana onde qualquer um entra", sentenciou a superintendente, acrescentando que se caso alguém for pego transitando pelo parque sem permissão poderá ser autuado e até mesmo preso pelo Ibama e Polícia Federal independente de quem for.

Porém, desafiando a autoridade do Ibama, Soster insistiu em afirmar que irá entrar no parque nacional mesmo à revelia da autorização do Ibama. A razão para tanta insistência está alicerçado no argumento de que na época em que foram constatados os poços de gás natural no Acre, "faltou a presença e o peso político para que fosse instalado uma central de exploração no Estado", diz convicto.

E vai mais adiante nos seus argumentos, o deputado afirma que no remanejamento e concentração dos esforços da Petrobrás na exploração do gás natural na bacia de Urucum, a presença política de Gilberto Mestrinho, governador do Amazonas, foi o peso político que fez a diferença.

Urucum é uma clareira no meio da Floresta Amazônica há cerca de 500 quilômetros de Manaus. "Quando foi descoberta e inaugurada a bacia de Urucum quem estava lá era o Gilberto Mestrinho. Para que o Acre também se torne um pólo de exploração petrolífero ou de gás natural está faltando o componente e a presença política para que dê o peso necessário e a coisa se deslanche", acredita o deputado

(Flávia Domingues-O Rio Branco-AC-28/01/02)

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