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Depois de quase três décadas, Krahô-Kanela terão direito à reserva no TO

Agencia Brasil
Autor: Ivan Richard
17 de Ago de 2006

Brasília - Depois de 27 anos de luta, os índios Krahô-Kanela conseguiram sua terra. Hoje (17), os presidentes do Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, e da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, assinaram uma portaria que autoriza a obtenção de dois imóveis rurais para a constituição da reserva indígena no Tocantins. De acordo com o presidente da Funai, a obtenção das fazendas Retiro do Cocal e Lago do
Jacaré, que juntas somam 7.153 hectares, no município de Lagoa da Confusão, foi "a melhor solução possível" para o impasse. "Fizemos vários estudos para determinar onde poderia ser uma terra indígena tradicional, e não houve nenhuma condição de se fazer isso, nem por meio de análise de tempo histórico reconhecível e nem na memória deles também", explicou Gomes. Segundo ele, hoje os Krahô-Kanela, vivem na cidade de Gurupi (TO), ao lado de uma chácara, e recebem mantimentos por meio do programa Fome Zero, do governo federal. Na avaliação do presidente do Incra, a solução para o território dos Krahô-Kanela é uma ação de governo. De acordo com Hackbart, a responsabilidade de
desapropriar a área para os índios é da Funai, só que o órgão não tinha o recursos para isso. Então, o Incra fez a avaliação do imóvel, negociou com o proprietário e aprovou o repasse do dinheiro. "A portaria que assinamos hoje é um plano de trabalho em conjunto, em que estamos repassando R$ 8 milhões para a Funai. Com isso, ela vai desapropriar a área e obter o imóvel", disse Hackbart. Para ele, as terras são "as melhores que conseguiram obter na região". "Os
Krahô-Kanela não abrem mão da região. Eles dizem que têm tradição ali e, dado o desespero deles, nós obtemos esse imóvel", afirmou. Os presidentes do Incra e da Funai não fixaram uma data para a conclusão do processo, mas garantiram que antes do final do ano os índios já estarão nas terras. Gomes informou que vai tentar conversar com o fazendeiro para ele permitir que os índios entrem na terra para ao menos iniciar o processo de preparação da roça. Desse modo, quando
terminar o processo de desapropriação, ela já estaria pronta para o plantio.

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