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Depoimento de ex-coordenador da Funai é controverso e não contribui para CPI

Agora MS - http://www.agorams.com.br
07 de Abr de 2016

O depoimento prestado na tarde desta quarta-feira (6) pelo ex-coordenador da Funai (Fundação Nacional do Índio), Jorge Antônio das Neves, à CPI do Cimi, foi considerado controverso.

Para a presidente do colegiado, deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), ele se contradisse em alguns momentos, mesmo tendo jurado dizer a verdade, e por esse motivo suas informações não colaboraram com os trabalhos.

Durante seu depoimento, o funcionário da Funai foi questionado sobre o conflito ocorrido na Fazenda Buriti, em 2013, quando perdeu a vida o índio Oziel Gabriel. Sobre as informações que chegaram à CPI de que os indígenas estariam armados na ocasião, ele em um primeiro momento admitiu, e depois mudou a resposta.

Primeiro, disse que os índios portavam armas de fogo, mas poucas e de baixo poder ofensivo. Depois, afirmou que todas elas foram confiscadas pela Polícia Federal, que também teria efetuado a prisão de índios por porte de arma.

Sobre a presença do Cimi na área de conflito, ele disse desconhecer, mesmo com imagens que comprovam a participação de membros da organização no processo de reintegração de posse.

Ele também afirmou que o delegado Alcídio de Souza Araújo, que já depôs na CPI do Cimi, mentiu quando garantiu a ele, logo após uma reunião de negociação ocorrida na Justiça Federal, que não haveria reintegração de posse na fazenda Buriti até que houvesse um acordo.

O ex-coordenador da Funai garantiu que nem o Conselho Indigenista Missionário e nem a Funai tem o poder de interferir nas decisões tomadas pelos índios no que diz respeito à invasão de propriedades particulares. Apesar de trabalhar mais de 30 anos na Fundação Nacional do Índio, ele afirmou conhecer poucos membros do Cimi e disse ter pouco contato com a instituição, embora membros da organização participem ativamente das chamadas "retomadas".

Para Mara Caseiro, esse depoimento revela despreparo do integrante da Funai que, em sua opinião, não revelou à CPI tudo o que sabia.

"Se ele sabe de mais coisas, não quis contar. Depoimento confuso, controverso, e que não colaborou com os trabalhos da CPI", opinou.

Adiamento

Foi adiado para o próximo dia 20 o depoimento da indígena Valdelice Veron, da aldeia Takwara, em Caarapó.

Apesar de falar bem o português, ela fez questão de ser ouvida na língua Kaiowá. Como a presença de um intérprete não foi solicitada com antecedência à CPI, não foi possível ouvi-la nesta tarde.

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