Estadão do Norte-Porto Velho-RO
13 de Mai de 2003
Um longo discurso denunciando a invasão de terras públicas e reservas e roubo de madeira foi realizado ontem pela senadora Fátima Cleide.
Ela recebeu, na última semana, quando esteve em Rondônia, farta denúncia de movimentos sociais de Machadinho e Ariquemes sobre roubo de madeira em reservas extrativistas e áreas de assentamento.
Uma das denúncias parte da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e do conselheiro do centro-oeste e sul de Rondônia Almir Suruí: a existência de uma manobra, sob comando de grupos econômico e político do Estado, para desestabilizar o governo federal, que prevê a invasão simultânea de 20 áreas indígenas.
"Prefiro não acreditar nessa orquestração sórdida e ilegal, mas creio ser necessária uma investigação profunda por parte do governo federal. Espero que a força-tarefa montada no Estado faça este trabalho. O PT não aceita invasões em áreas indígenas ou qualquer outra área demarcada por lei, e já se pronunciou em nota sobre o assunto", disse Fátima.
Ela constatou, em suas viagens, o desmatamento indiscriminado e ilegal em diversos pontos do Estado.
Na reserva Uru-eu-wau-wau, apesar do alerta da Coiab e da ONG Kanindé, os invasores, estimulados segundo as entidades a mando de políticos, e com a conveniência de um funcionário do Ibama, entraram há duas semanas.
O engenheiro Rogério Vargas, da Kanindé, acredita na existência da orquestração contra o PT em função do partido ter conseguido emplacar, no Estado, a nomeação do sociólogo Olavo Nienov para o Incra e do engenheiro florestal Osvaldo Pitaluga, recentemente empossado, na gerência do Ibama.
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