OESP, Nacional, p.A13
06 de Mai de 2005
Delegado é acusado de proteger inimigos de freira
Carlos Mendes
Especial para o Estado
Belém - A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e os movimentos sociais de Anapu (PA) reagiram ontem à decretação de prisão de seis pessoas acusadas pela polícia de envolvimento na morte de Adalberto da Silva Leal, o Cabeludo, assassinado no mesmo dia em que a missionária Dorothy Stang foi morta por pistoleiros, no dia 12 de fevereiro passado. Eles acusam o delegado de Anapu, Marcelo Ferreira Luz, de agir com parcialidade nas investigações para incriminar os colonos ligados à freira e proteger os fazendeiros da região que a odiavam.
As entidades afirmam, em nota divulgada, que Geraldo Magela, um dos indiciados pelo assassinato de Cabeludo, ouviu quando policiais civis de Anapu orientavam o pistoleiro Raifran Sales, no dia em que ele foi preso, a incriminar o sindicalista e ex-vice-prefeito de Anapu conhecido por Chiquinho do PT. No depoimento em Altamira, o pistoleiro Rayfran das Neves apontou Chiquinho como responsável e, "imediatamente após, a Polícia Civil divulgou a informação à imprensa". Segundo a nota, tanto na morte de Cabeludo quanto na de Cláudio Dantas Muniz, o Matogrosso, a polícia acusou imediatamente os trabalhadores ligados à Irmã Dorothy como culpados. O fato de a investigação do caso de Matogrosso ter sido colocada em segundo plano seria uma evidência, alegam os movimentos, da má-fé do delegado.
O delegado rebate, afirmando que entidades como a CPT estão desgastadas e teriam perdido a credibilidade na região.
OESP, 06/05/2005, p. A13
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