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Defesa pede liberdade para servidor da Funai

Diário de Cuiabá-MT
Autor: Rodrigo Vargas
10 de Jan de 2002

Delegado da Polícia Federal quer apoio das Forças Armadas para combater garimpo ilegal

A defesa do funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Cuiabá, Willen Reis Martins da Silva, pretende entrar ainda hoje com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal, em Brasília. Segundo o advogado Eudes Araújo, são frágeis os argumentos que sustentam o pedido de prisão preventiva, decretado na semana passada pela Justiça Federal de Rondônia.

Martins da Silva, que oficialmente está em férias, é suspeito de integrar o grupo que segundo a Polícia Federal controlava a exploração ilegal de diamantes na área dos Índios Cinta-Larga, na divisa entre Mato Grosso e Rondônia. "O juiz foi muito ingênuo", afirmou o advogado, ao comentar o teor das acusações - corrupção, extorsão e tortura.

Ao todo, seis funcionários da Funai de Mato Grosso e Rondônia tiveram prisão preventiva decretada, além de Martins da Silva: Sérgio Toledo de Santana (também ligado à regional de Cuiabá, está preso no Batalhão de Guardas), Darcylio Moura, José Moraes, Claudionor Duarte e Valdir Gonçalves.

Segundo o advogado, todos os garimpeiros que testemunharam contra os funcionários da Funai tinham motivos para uma retaliação. "Nenhuma testemunha tem credibilidade. São todos semi-analfabetos, sem paradeiro e que já haviam sido presos anteriormente por estes mesmos funcionários".

Eudes reiterou as afirmações publicadas no Diário em 4 de janeiro - quando ainda não era advogado de Martins da Silva. Segundo ele, a PF, com o intuito de "mostrar serviço", estaria coagindo garimpeiros a fazer as acusações. "É que a Polícia Federal tem medo de entrar na área cinta-larga para verificar o que está acontecendo de fato".

FORÇAS ARMADAS - Ontem o delegado Márcio Valério, da Delegacia de Ordem Política e Social da PF (Delops) - novo encarregado das investigações - disse que a prioridade agora é retomar o controle da área, hoje ocupada por mais de 2 mil garimpeiros. "Só que, para isso, vamos precisar do apoio das Forças Armadas. Temos informações de que já são 4 mil por lá".

Segundo ele, o conflito entre índios e garimpeiros poderá se tornar incontrolável. "Eu temo uma matança entre garimpeiros e índios", avaliou o delegado, prestes concluir o relatório que servirá como base para a operação. "A prioridade é assumir o controle e retomar a tranqüilidade o quanto antes", disse Valério, que não descartou a hipótese de prender os caciques que participam do esquema. "É uma meia dúzia, que vive com luxo e riqueza

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