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Defendida por Marina e Lula, ampliação de terra indígena é criticada por Bolsonaro: 'Fim da economia'

G1: https://g1.globo.com/
Autor: Gabriela Almeida e Marcel Scinocca
13 de Set de 2022

Marina Silva, que declarou apoio a Lula, pediu ao petista para 'acelerar' conclusão de demarcação de terras, se for eleito. Candidato à reeleição, Bolsonaro paralisou processos no país.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, afirmou nesta terça-feira (13) que ampliar a demarcação de terras indígenas no Brasil representará o "fim da nossa economia" e o "fim da nossa segurança alimentar".

Bolsonaro deu a declaração em Sorocaba (SP), durante agenda de campanha. O presidente, que paralisou as demarcações em seu governo, comentou o assunto um dia depois de a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.

Marina, que foi ministra do governo Lula e depois se desligou do PT, entregou ao petista uma série de reivindicações, entre as quais está o pedido para "acelerar de forma diligente a conclusão da demarcação das terras indígenas e territórios quilombolas em todo o país".

Crítico das demarcações, que na sua visão prejudicam o agronegócio brasileiro, Bolsonaro reforçou sua posição em ato de campanha nesta terça.

"O pessoal tem que ver o que os candidatos pretendem fazer e falam de forma bastante clara. Dobrar a área indígena que está demarcada no Brasil é o fim da nossa economia, é o fim da nossa segurança alimentar", disse o presidente.

Ele acrescentou que, com problemas climáticos e a guerra entre Rússia e Ucrânia, países europeus correm risco de desabastecimento.

"Compare o Brasil com o mundo. Veja o que está acontecendo na Europa. A Europa já está com o fantasma de desabastecimento. Chegando o inverno, se a questão do conflito da Rússia com a Ucrânia não for resolvida, a Europa vai passar fome. O Brasil é uma potência em alimentos e energia. Os outros países estão preocupados conosco, com a nossa ascendência", declarou o candidato do PL.

Bolsonaro afirmou também ser defensor da "questão ambiental" e que o Brasil tem boas propostas para geração de energia eólica no mar, sobretudo no nordeste. "O Brasil já é uma potência de alimentos e será uma potência de energia", disse.

A política ambiental de Bolsonaro, que desestruturou órgãos de fiscalização, é alvo de críticas dentro e fora do país, em especial pela alta do desmatamento ilegal. O presidente é crítico das multas ambientais e defensor do garimpo em terras indígenas.

Motociata
Depois de desembarcar em Sorocaba, Bolsonaro cumprimentou eleitores e participou, sem capacete, de uma motociata com apoiadores pelas ruas da cidade.

O candidato à reeleição também discursou em um carro de som no centro de Sorocaba. Ele fez críticas ao ex-presidente Lula e ao ex-governador de São Paulo, João Doria, que apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018.

"Se elegeu por causa de nós, depois virou 'inimiguinho'. Hoje está jogado, na vala do esquecimento", afirmou Bolsonaro sobre Doria.

O presidente também destacou a melhora nos indicadores econômicos nos últimos dois meses.

"Fizemos o que tinha de ser feito. Temos um ministro da economia que é um exemplo, admirado por todos, o Paulo Guedes, que soube conduzir a economia do nosso país. Hoje, ao comparar o Brasil com o mundo, o Brasil está lá na frente. Inflação em baixa, PIB em alta. Desempregados em baixa, violência em baixa. Mas isso com ministros técnicos, sem indicações político-partidárias", disse.

Embora esteja estagnado em segundo lugar nas pesquisas, o presidente declarou que vencerá as eleições de outubro no primeiro turno.

Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, acompanhou os compromissos de Bolsonaro no interior do estado.

Código de Trânsito Brasileiro
Em relação ao presidente estar sem capacete durante a motociata, a Polícia Militar informou que foram adotados procedimentos voltados ao balizamento da via, realização de interdições e demais ações de preservação da vida dos participantes do evento.

Ainda conforme a PM, os objetivos da atuação no evento foram promover a fluidez do trânsito e a segurança viária, a fim de evitar acidentes e preservar vidas, conforme o Art. 1o, Parágrafo 5o, do Código de Trânsito Brasileiro.

Já a Prefeitura de Sorocaba afirmou, em nota, que a Secretaria de Mobilidade (Semob) vai verificar as situações apontadas quanto ao cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro.

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