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'Decisão sobre transgênicos virá neste mandato'

OESP, Vida, p. A24
Autor: REZENDE, Sérgio
11 de Ago de 2006

'Decisão sobre transgênicos virá neste mandato'

Entrevista: Sérgio Rezende, Ministro da Ciência e Tecnologia

Lígia Formenti

Apesar do ceticismo de pesquisadores e políticos, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, garante: o governo dará uma sinalização mais clara sobre que política adotar em relação à liberação dos transgênicos. Em entrevista ao Estado, ele rebate a idéia de que as reuniões de ministros servem apenas como uma "encenação" para o empresariado descontente. Defende o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Walter Colli, e critica a presença de representantes do Ministério Público nas reuniões da entidade. "Por que não vão também em reuniões do Copom?" A seguir, os principais trechos da entrevista:

O senhor vai sugerir ao presidente a mudança no quórum da CTNBio para aprovação comercial de transgênicos?

Não é minha atribuição. Uma medida como essa só seria adotada por decisão do Conselho de Biossegurança, formado por onze ministros. E não há consenso sobre isso.

O senhor quer a mudança?

O quórum não mostrou ainda ser um empecilho, pois não houve votação sobre liberações comerciais.

Walter Colli afirmou que o conselho de ministros não tem autoridade para interferir no funcionamento da CTNBio.

A CTNBio é formada por representantes dos ministérios. É evidente que as decisões dos ministros serão colocadas em prática na comissão, dando mais agilidade às avaliações.

Poucos acreditam que virá uma decisão política sobre transgênicos.

Ela virá e ainda neste mandato. Haverá clareza maior sobre como analisar processos.

O que o senhor acha da participação do Ministério Público nas reuniões da CTNBio?

Cientistas estão irritados porque a representante do MP apresenta uma atuação que vai além de suas atribuições. Ela deveria apenas ser observadora, não está lá para participar das discussões. O curioso é que o MP somente participa das reuniões da CTNBio. Por que não vão também nas reuniões do Copom e palpitam sobre juros?

OESP, 11/08/2006, Vida, p. A24

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