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Davi Yanomami faz apelo pela homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol na abertura da exposição "Yanomami,

CCP-Boletim pro Yanomami- no. 48 -Boa Vista-RR
06 de Mai de 2004

o Espírito da Floresta"

A exposição "Yanomami, o Espírito da Floresta", que estreou no ano passado em Paris, foi aberta agora aos brasileiros, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Na abertura da mostra, dia 19 de abril, Davi Yanomami fez um apelo pela homologação da área contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.
Antes de embarcar para Rio de Janeiro, Davi participou do Acampamento Terra Livre, que reuniu 169 líderes indígenas de Roraima e de 30 povos diferentes, em frente ao Congresso Nacional. Foi mais um esforço das lideranças para sensibilizar o governo federal a homologar a demarcação de Raposa Serra do Sol, palco de conflitos interétnicos estimulados pelos fazendeiros invasores.
Com uma área de 1,7 milhão de hectares, a reserva abriga cerca de 1.500 índios das etnias Macuxi, Wapixana, Ingaricó, Taurepang e Patamona, que há mais de 30 anos reivindicam a homologação das terras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 27, discutiu a questão com os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça), José Dirceu (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria Geral), Jorge Felix (Gabinete de Segurança Institucional), Aldo Rebelo (Coordenação Política), Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário) e Marina Silva (Meio Ambiente). Os ministros propuseram ao presidente a homologação da área demarcada em 1998. A decisão definitiva, no entanto, depende do julgamento do recurso apresentado pela Advocacia Geral da União contra a liminar concedida pelo juiz federal em Roraima que suspendeu, parcialmente, os efeitos da Portaria 820/1998, do Ministério da Justiça, que demarcou a terra indígena.
A mostra "Yanomami, o Espírito da Floresta", concebida pelo antropólogo Bruce Albert, diretor de pesquisa do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento-IRD (Paris, Brasília) , e pelo diretor da Fundação Cartier, Hervé Chandés, é o resultado de uma experiência de diálogo entre 13 artistas de vários países - Brasil, França, Alemanha, Japão e Estados Unidos - e 11 xamãs da Aldeia de Watokiri, situada próximo à Serra do Demini, no Amazonas. A aldeia, onde vivem 132 índios, é uma das 250 existentes na Terra Indígena Yanomami, que totalizam cerca de 13.600 Yanomami em território brasileiro.
Segundo Bruce Albert, a exposição põe em relevo a maneira como a trajetória estética daqueles artistas internacionais pode interagir com a metafísica das imagens dos xamãs Yanomami. "O foco do projeto é demonstrar a relevância universal e contemporânea da criatividade intelectual do xamanismo Yanomami", afirma Albert.
Participam da mostra, que ficará aberta ao público até 20 de junho, os artistas: Cláudia Andujar, Lothar Baumgarten, Raymond Depardon, Gary Hill, Tony Oursler, Wolfgang Staehle, Naoki Takizawa, Adriana Varejão, Stephen Vitiello, Geraldo Yanomami, Joseca Yanomami e Volkmar Ziegler.

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