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Curso de Formação para Agentes Indígenas de Saúde em Rondônia e Mato Grosso

Coiab-Manaus-AM
04 de Jul de 2003

Um total de 80 Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas Sanitários (Aisan), dos povos Nambikwara, Rikbatsa, Panderej Cinta Larga, Paité Suruí, Arara, Apurinã, dos Estados de Rondônia e Mato Grosso participaram do Curso de Formação para AIS e Aisan, realizado na Aldeia Central Nambikwara, no Estado de Mato Grosso, no mês de junho último.

O Curso, promovido pela Proteção Ambiental Cacoalense (Paca), é o terceiro do Programa de Escolarização para AISs, implementado pela entidade, desde 2002, com o apoio da Agência de Cooperação da Noruega (Norad). A Paca, conveniada com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), atende o Distrito Sanitário Especial Indígena de Vilhena, com quatro pólos-base: Cacoal e Vilhena, em Rondônia, e Juína e Aripuanã, em Mato Grosso.

O objetivo do Curso, segundo os organizadores, foi dar seguimento ao processo de escolarização, inicialmente até o primeiro grau, e de capacitação em nível profissionalizante dos Agentes Indígenas de Saúde, que pelo trabalho de orientação e prevenção de doenças que realizam junto a suas comunidades, requerem de acompanhamento e capacitação técnica, específica, diferenciada e de qualidade.

A assessora da Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia, norte de Mato Grosso e Sul do Amazonas (Cunpir), Linete Ruiz Ferreira, que acompanhou a elaboração do Programa, informa que a matriz curricular dos cursos está sendo analisado pelos Ministérios da Saúde e Educação, para o seu devido reconhecimento. Previsto para três anos, o Programa tende a ser prorrogado para 4 anos. Até hoje, desde 2002, foram implementados três módulos. Em novembro deve ser realizado o quarto curso.

O Programa divide os alunos em dois níveis: um grupo recebe reforço na área da alfabetização, para o domínio da língua portuguesa, e o outro, a partir da terceira série, estuda matérias na área de Línguas Maternas, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais e Ciências Humanas (História, Geografia e Direitos).

O curso, realizado na terra do povo Nambikwara, segundo uma das professoras, a advogada Nefertiti Hass, foi ministrado com uma metodologia inovadora: cada aula era acompanhada por uma equipe multidisciplinar; ou seja, três professores de diferentes matérias trabalharam integrados, auxiliando no desenvolvimento dos temas. Um dos professores conduzia a aula e os outros auxiliavam nas dúvidas e na realização das atividades, oferecendo ampla visão dos temas abordados.

De acordo com Nefertite Hass, além da capacitação sobre as questões de saúde e do aperfeiçoamento nas matérias básicas da escolarização, o Curso permite aos indígenas a consciência de sua cidadania e de seus direitos, bem como do papel que exercem na luta pela melhoria da qualidade de vida de seus povos.

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