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Cuidar do ambiente começa no lixo de casa e na garagem

OESP, Metrópole, p. C11
03 de Jan de 2010

Cuidar do ambiente começa no lixo de casa e na garagem
Reciclar e usar menos carro são passos simples para um ano mais verde

Aquecimento global. Desmatamento. Multiplicação dos aterros de lixo. São muitas as consequências das ações humanas na natureza. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, 93% dessa vegetação no Brasil já foi devastada. Na capital paulista, a poluição do ar é responsável por 12 mortes por dia, de acordo com o Movimento Nossa São Paulo. Atitudes sustentáveis podem fazer a diferença para você e para muita gente ao seu redor.

Recicle seu lixo

De acordo com a ONG Instituto Pólis, a coleta seletiva oficial dá conta de só 1% do lixo produzido na cidade. O resto da reciclagem depende de iniciativas da sociedade em parceria com instituições e catadores de lixo. "Não dá para depender do poder público", afirma a socióloga Elisabeth Grimberg, coordenadora-executiva do Pólis. "A sociedade precisa se mobilizar e se organizar."

"E é simples reciclar e dá até para ganhar dinheiro com isso", acrescenta Ana Maria Luz, presidente do Instituto GEA (www.institutogea.org.br; telefone 3058-1088), que organiza consultorias gratuitas para condomínios e empresas interessadas em aderir à reciclagem. "O primeiro passo é pensar quem vai retirar o seu resíduo", explica Ana. "Há catadores, sucateiros e empresas que recolhem o lixo e o reciclam." No site do GEA existe uma relação desses locais - alguns compram os resíduos descartados por cerca de R$ 0,05 o quilo.

Após definir quem retirará o lixo, é preciso organizar um programa de reciclagem, com latas apropriadas para separar o que é jogado fora. "Também é necessário informar como será a coleta às pessoas do local, como funcionários da empresa ou moradores do prédio", afirma Ana. "Os catadores baterão na porta de cada apartamento do condomínio semanalmente? O que será reciclado deve ser depositado em um local específico"?

Por último, deve ser estabelecida uma forma de sensibilizar os envolvidos no projeto. "Em um prédio, vale mostrar para os moradores as vantagens de reciclar", ensina Ana. Além do apelo ecológico, benefícios como criar postos de trabalho e a receita obtida com a venda do material são argumentos para a resolução se tornar solução real.

"Nem todo mundo sabe, mas também é possível reciclar o óleo usado na cozinha", conta Ana. O líquido deve ser depositado em garrafas PET ou recipientes com tampa e pode ser dado ou vendido por cerca de R$ 0,15 o litro para cooperativas e instituições como a Trevo (www.trevo.org.br) e o Instituto Triângulo (www.triangulo.org.br). O óleo é usado na fabricação de sabão, ração animal ou biodiesel. "As etapas para começar a reciclar são as mesmas destacadas para reutilizar o lixo", diz Ana.

PLANTE UMA ÁRVORE

Em 5 de dezembro, cerca de 200 pessoas se reuniram na beira da Represa Guarapiranga para criar uma pequena floresta. Juntas, elas fizeram um mutirão de limpeza e plantaram 80 mudas de árvores em uma área preservada pela comunidade local, em parceria com a SOS Mata Atlântica. A paisagista Consuelo Grossi estava no meio dessa turma e também enterrou suas mudas. "Fico muito satisfeita quando vejo a natureza sendo preservada e as árvores que plantei crescendo", conta.

Não é a primeira vez que ela planta uma árvore. Na verdade, a paisagista é bem experiente no assunto. "Já dei vida a mais de mil jerivás, paus-brasil, manacás-da-serra", afirma. Consuelo é voluntária da SOS Mata Atlântica há dez anos e ajuda no plantio, na conscientização da população, em visitas a escolas, entre outras atividades.

Ficou com vontade de plantar uma árvore? Para integrar a equipe de 600 voluntários da SOS Mata Atlântica, é preciso contatar a instituição pelo e-mail voluntariado@sosma.org.br ou pelo telefone 3055-7894. Os candidatos passam por uma seleção e por um treinamento antes de botar a mão na massa. Para quem quer colaborar, mas não pode aderir ao voluntariado, há a opção de doar para o programa Florestas do Futuro (www.florestasdofuturo.org.br ), que restaurou 1.192 hectares de Mata Atlântica em 11 Estados. Outra alternativa é participar da iniciativa Click Árvore (www.clickarvore.com.br). Basta clicar no banner do site uma vez ao dia e uma empresa patrocinará o plantio - 22 milhões de árvores foram plantadas dessa forma.

Deixe o carro em casa

Sabia que o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta mais de R$ 82 milhões com internações hospitalares decorrentes da poluição veicular na Grande São Paulo? E que ocorrem seis mortes por dia na cidade por causa dos gases nocivos emitidos pelo diesel usado pelos veículos? Esses são alguns dos argumentos do Movimento Nossa São Paulo, um dos organizadores do Dia Mundial sem Carro na cidade, para convencer os paulistanos a deixar seus automóveis na garagem sempre que possível.

"Muitas vezes, é preciso usar o carro para se transportar e realmente não há outra alternativa", diz o empresário Oded Grajew, do Nossa São Paulo. "Mas o paulistano costuma usar seu veículo para tudo. Em vez de andar até a farmácia na esquina, vai dirigindo. Quando tem metrô para ir à Avenida Paulista, prefere o carro."

É claro que tudo seria mais fácil se São Paulo contasse com transporte público suficiente para atender uma cidade de 11 milhões de habitantes. O problema, destaca Grajew, é quando a opção pelo individual se torna única. "Às vezes, as pessoas pegam no volante de forma automática, sem pensar se existem outras opções", afirma. "É preciso refletir sobre as consequências dessa atitude e pensar nas vantagens de andar mais e usar o transporte público."

Papéis, vidros, metais e plástico são reaproveitáveis. Dá para usar novamente uma latinha de refrigerante, isopor, embalagens

Qualquer material sujo ou com resíduos de alimentos não pode ser reciclado. Estão nesse grupo: papel higiênico e caixas de pizza com restos de gordura

Lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias e aparelhos eletrônicos também não são recicláveis

OESP, 03/01/2009, Metrópole, p. C11

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