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Crianças yanomami sofrem de desnutrição

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: MARILENA FREITAS
29 de Out de 2003

Das 1.373 crianças Yanomami de zero a cinco anos de idade, 65,7% apresentam algum grau de desnutrição. Deste percentual, 6,3%, o que equivale a 77 crianças, têm desnutrição grave. A estatística é da organização não-governamental (Ong) Urihi, responsável pela assistência básica da saúde dos sete mil yanomami, que atuam em 16 regiões que agregam 352 comunidades indígenas.

Além da desnutrição, outro problema enfrentado atualmente na área indígena Yanomami, segundo o coordenador técnico Cláudio Esteves, são as infecções respiratórias agudas como gripe e pneumonia. Dados mais detalhados serão apresentados na manhã de hoje pela organização, durante a IV Conferência Estadual de Saúde, que acontece no Palácio da Cultura.

"O combate à desnutrição infantil é nosso atual desafio", acrescentou o coordenador administrativo, João Tubau. Esteves disse que esse desequilíbrio de doenças que ainda ocorre com incidência alta na região é resultado da degradação ambiental - provocado pelo uso indevido do meio ambiente durante as atividades de garimpo - e pela morte das yanomami mais idosos.

Conforme explicou, os idosos detinham conhecimentos tradicionais de subsistência que contribuíam para resistência daquele povo. Com a morte e a invasão dos garimpeiros ocorreu uma desestruturação da capacidade produtiva das aldeias.
Na conferência, eles vão propor como medida prioritária para combater esses distúrbios que seja feita a recuperação das áreas degradadas e que o Ministério da Saúde, por meio dos programas instituídos, contribua com a suplementação alimentar dos casos graves de desnutrição.

"A alimentação correta é importante para a recuperação dessas crianças", disse Esteves. A preocupação é que quando a pessoa estar em estado grave de desnutrição ela fica mais propensa a contrair outras doenças, agravando ainda mais o quadro clínico.

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