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Criança indígena morre em Manaus/AM sem conseguir atendimento

Ambientebrasil
28 de Jul de 2007

Uma menina de um ano e quatro meses da etnia ticuna morreu de hidrocefalia no último domingo (22) na Casai - Casa de Saúde do Índio. A mãe da criança embarcou nesta sexta-feira (27), com o corpo da filha para São Paulo de Olivença, a 899 quilômetros de Manaus (AM).

A Casai foi criada há 12 anos para ser uma casa de passagem de indígenas do interior do Estado que chegam à capital em busca de tratamento médico especializado. Mas, segundo denúncia do Cimi - Conselho Indigenista Missionário, já houve casos de pessoas que permaneceram na Casai até um ano e meio à espera de atendimento em hospitais de Manaus.

Segundo uma funcionária da Casai que não quis se identificar, há outras cinco crianças indígenas com hidrocefalia esperando o tratamento no local. As crianças correm risco de morte, segundo a fonte com base em depoimentos de enfermeiras do local, e nenhuma está na Casai há menos de um mês.

A funcionária afirmou ainda que há hoje 42 indígenas no local à espera de tratamento, a maioria crianças. O que está há menos tempo, segundo a fonte, é um garoto de 13 anos que chegou há três semanas de São Gabriel da Cachoeira, a 858 quilômetros de Manaus, com hepatite.

"Infelizmente é uma história antiga de falta de vontade política em possibilitar o tratamento dos indígenas, que na maioria das vezes já chegam em estado grave por falta de comunicação e tratamento básico nas aldeias do interior", afirmou um dos coordenadores do Cimi, Haroldo Pinto.

"O fato é que a da Fundação Nacional de Saúde Indígena (Funasa) joga a responsabilidade do tratamento para as ONGs e elas vivem na reclamação de que a verba não é suficiente, que demora ou outras desculpas. Quem sofre e chega já em situação de emergência para tratamento na capital é o lado mais fraco, o indígena".

A funcionária da Casai diz que há "descaso" na Funasa com os indígenas. Cabe à Funasa buscar o SUS - Sistema Único de Saúde para encaminhar o tratamento ou cirurgia. Segundo a fonte, há apenas enfermeiras para os primeiros-socorros na Casai e nenhum médico. A assessoria da Funasa e o coordenador regional Francisco Aires foram procurados durante o dia pela reportagem, mas não retornaram os telefonemas.

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