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Criança desnutrida em tratamento no centro de recuperação em Dourados

Douradosagora-Dourados-MS
Autor: Ginez Cesar
21 de Jan de 2005

CA fome ainda mata crianças nas aldeias de Dourados e região. O relatório anual da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), revela que o indíce de mortalidade infantil cresceu nas aldeias do Estado, principalmente na região sul. Segundo o Conselho de Saúde Indígena, os casos aumentaram 29% em 2004. Segundo o médico Zelik Trajber, além da fome, doenças como pneumonia e diarréias estão entre as principais causas. "A situação é mais crítica nos municípios de Amambai, Caarapó e Dourados", pontuou o médico.
O balanço da Funasa contabiliza os casos de crianças com menos de um ano de vida. No ano passado, o indíce de mortalidade foi de 64 mortes para cada 1000 crianças nascidas vivas. Em 2003, o índice era de 53 óbitos em cada 1000. Já em 2002, "apenas" 46 em cada 1000 crianças morriam. Para o médico, os números ne-gativos são reflexo de um retrocesso na saúde indígena. Zelik disse que faltam medi-camentos, transporte adequado e pessoal suficiente para realizar o trabalho que deve ser feito.
Em Dourados, segundo Zelik, são quatro médicos, cinco enfermeiros, dois dentistas e uma nutricionista para atender cerca de 12 mil índios das aldeias Bororó, Jaguapirú, Panambizinho e da região de Porto Cambira. Além do corpo clínico redu-zido, o médico disse que a frota sucateada da Funasa prejudica o trabalho. "Quando um médico precisa ir até uma aldeia, muitas vezes precisa esperar o outro chegar, pois não temos carros suficientes. Boa parte da nossa frota não sai do conserto", disse.
A falta de um acompanhamento mais eficaz nas aldeias, faz com que muitas crianças cheguem para o tratamento em situações críticas. Na quarta-feira, um índio de um ano e sete meses, da aldeia Jaquapirú, foi levado para o centro de recuparação de desnutridos, localizado próximo ao Hospital da Missão Caiuá. A criança que, se estivesse em condições normais de saúde, deveria estar pesando cerca de 11 quilos, pesava apenas 6,7 quilos. Uma outra crian-ça, de um ano e cinco me-ses, também deu entrada no centro pesando apenas 4,4 quilos.

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