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Criado mapa global da altura das florestas

O Globo, Ciência, p. 32
21 de Jul de 2010

Criado mapa global da altura das florestas

Renato Grandelle

A altura das florestas do planeta, dispersa em uma série de estudos, foi unificada em uma pesquisa da Universidade do Colorado, elaborada com dados fornecidos por satélites da Nasa.

A iniciativa ajudará a comunidade científica a descobrir a quantidade de carbono armazenada globalmente pela vegetação.

Das 7 bilhões de toneladas de carbono emitidas anualmente pelo homem, 3 bilhões chegam à atmosfera e 2 bilhões são absorvidas pelos oceanos.

O destino dos 2 bilhões restantes é ignorado, embora estima-se que uma fração seja captada por áreas verdes para realizar a fotossíntese. Idealizador do mapa das florestas, o especialista em sensoriamento remoto Michael Lefsky espera que seu levantamento ajude a fechar esta conta.

- Há uma ligação direta entre a altura das árvores e a quantidade de carbono guardada pelas florestas - explica. - Unificamos metodologias que eram aplicadas em estudos regionais. Com isso, será possível produzir um inventário mundial.

No mapa de Lefsky se destacam as florestas de coníferas, como as sequóias, as mais altas do globo. Presentes em áreas como a América do Norte, próximo à costa do Oceano Pacífico, e o Sudeste Asiático, as coníferas ultrapassam os 40 metros. Já as florestas boreais, dominadas por abetos, pinheiros e lariços, são as menores - a copa dessas árvores não costuma atingir os 20 metros de altura.

As áreas mais remotas de florestas tropicais, como o centro da Amazônia, têm cobertura média de 25 metros. É o mesmo observado na vegetação temperada dos EUA e da Europa, dominada por carvalhos e bétulas.

- Em uma relação proporcional, a floresta de coníferas armazena mais carbono do que a tropical - diz Lefsky. - Mas precisamos levar em conta a área total da vegetação para sabermos a quantidade de gases-estufa que ela vai reter. Por isso a Amazônia é tão importante.

O mapa será tema de um artigo da revista americana "Geophysical Research Letters".

O Globo, 21/07/2010, Ciência, p. 32

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