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Criação de Unidade de Conservação favorece agronegócio no sul do TO

SEMADES -http://semades.to.gov.br
Autor: Luiz Melchiades
18 de Out de 2012

A existência de nascentes e de áreas de recarga de aqüíferos na Serra das Traíras, localizada no município de Paranã, transforma a região numa grande provedora de água para a agropecuária e o abastecimento humano. A tese é sustentada pela diretoria geral de Meio Ambiente e Florestas da Semades - Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que compõe a equipe de estudos para criação de unidades de conservação no Estado.

A proteção dessa área é um investimento estratégico do Governo do Estado com vistas a garantir o desenvolvimento sustentável do Tocantins e deve ser efetivada com a criação da unidade de conservação que envolve importantes afluentes dos rios Tocantins e Paranã. Os municípios de Peixe, São Salvador e Palmeirópolis também serão beneficiados com essa estratégia.

Conhecida como unidade de conservação do Interflúvio Tocantins-Paranã, o local está entre as quatro regiões prioritárias para criação de áreas protegidas, apontadas em estudo realizado em 2008 pelo Governo do Estado. Até o momento, a proposta técnica, feita em conjunto com a população, órgãos públicos locais, organizações não governamentais e setores produtivos, apontam cerca de 105.000 hectares para criação de um Parque Estadual.

"Só depois que fizermos o levantamento da situação fundiária é que poderemos definir exatamente a área da unidade de conservação", alertou Marli Santos, diretora geral de Meio Ambiente e Florestas da Semades. Segundo ela, a proposta é que o Parque envolva a Serra das Traíras e suas localidades como o Largo do Januário, o Morro do Carfanaum, dentre outros pontos marcados pela ocorrência do cerrado rupestre e pela presença de nascentes dos principais rios da região, como o Rio Lages e o Rio Ventura.

Ecoturismo

Para o secretário da Semades, Divaldo Rezende, não é só o agronegócio que se desenvolveria na região com a conservação da área. O ecoturismo também seria alavancado devido à beleza cênica do lugar, às águas termais e às cachoeiras, algumas com mais de 70m de altura. "A criação do Parque nos dá condições de explorar o turismo de aventura, o turismo de lazer, a pesca esportiva e ainda abrir visita para observação de pássaros", apontou.

Na Serra das Traíras foram registradas quatro cachoeiras de 70m a 80m, com potencial para o desenvolvimento de atividades ecoturísticas, envolvendo visitação e lazer. Lá também está o ponto mais alto do Tocantins, um cume que chega a atingir 1.340m de altitude. "A fisionomia vegetal nesse ponto (cerrado rupestre) assemelha-se muito à região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, já bastante conhecida pelo turismo", reforça o secretário.

Bird Life

Os pássaros representam um capítulo exclusivo da história do futuro Parque, por atender tanto ao turismo como à pesquisa. A Bird Life, entidade internacional que congrega diversas organizações não governamentais interessadas na conservação de aves, ao saber dos estudos para criação de uma unidade de conservação no interflúvio dos rios Tocantins e Paranã, enviou uma carta de apoio ao secretário Divaldo Rezende, parabenizando-o pela iniciativa.

A região de Paranã inclusive é citada no livro "Áreas importantes para a conservação das aves no Brasil", editado pela Bird Life em 2011. "O estudo da Bird Life registrou 254 espécies de aves, dentre elas a presença de espécies ameaçadas como a arara-azul-grande", esclarece Beatriz Gonçalves, inspetora de Recursos Naturais da Semades e membro do grupo de trabalho que estuda a criação das unidades de conservação. Conforme a inspetora, a preservação da vegetação e rios da região é fundamental para manter seguro o habitat dessas aves.

ICMS Ecológico

Outro fator considerado bastante favorável pelos gestores públicos dos municípios abrangidos pela criação da unidade de conservação é o aumento do repasse do ICMS Ecológico. Conforme levantamento do grupo de trabalho, em 2011, a arrecadação para o município de Paranã atingiu R$ 3.643.573,00. Com a criação de um Parque Estadual com pelo menos 100mil hectares, haverá aumento de 5,8% no primeiro ano, que representa R$ 63.391,65.

http://semades.to.gov.br/noticia/criacao-de-unidade-de-conservacao-favo…

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