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Cresce producao de soja transgenica

OESP, Negocios, p.B16
01 de Abr de 2005

Cresce produção de soja transgênica
Produtores do Estado de São Paulo mostram intenção de testar semente
José Maria Tomazela
Se depender do interesse dos produtores, cerca de 30% da produção de soja da próxima safra no Estado de São Paulo será obtida de sementes transgênicas. A área a ser cultivada a partir de setembro com sementes geneticamente modificadas pode chegar a 250 mil hectares. A colheita começa em fevereiro. A intenção do plantio já foi detectada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. A adesão só não será maior porque deverão faltar sementes. Ontem, em Taquarivaí, no sudoeste paulista, cerca de 600 produtores participaram de um dia de campo dedicado à soja e ao milho, os grãos mais cultivados em São Paulo.
Embora ainda dependam da regulamentação da lei que aprovou os transgênicos, e se queixem da falta de informações, os produtores não têm dúvida. "Se conseguir semente, mudo tudo para o transgênico", diz Nelson Schreiner, um dos principais produtores da região de Itapeva.
Segundo ele, com a queda nos preços internacionais da leguminosa, o agricultor deve buscar a redução de custos: "Está comprovado que a soja transgênica economiza em defensivos." A empresa de sementes Lagoa Bonita, de Itaberá, vai colocar à disposição dos agricultores da região 50 mil sacas de sementes transgênicas, multiplicadas a partir de material desenvolvido pela Embrapa. Segundo a agrônoma Andréa Fellet, a seca afetou a produção, causando a per- , da de 20 mil sacas. Ela acredita que será possível atender parte da demanda regional. "O interesse é grande."
Alguns produtores se mantêm cautelosos em relação às sementes transgênicas. "Antes de decidir pelo plantio, é preciso saber qual vai ser o valor dos royalties e como serão cobrados", disse José Jacintho, administrador da fazenda São Paulo. Ele cultiva anualmente mil hectares de soja e teme as restrições dos compradores ao produto modificado. Já Adilson Zambianco, de Itapeva, diz: "Vou plantar uma quadra pequena para ver o que acontece." O coordenador de Desenvolvimento de Produtos da Monsanto, Marcelo Naime Nishikawa, disse que os produtores terão de pagar pelo uso da tecnologia, mas os valores ainda não foram definidos. No Paraná, no ano passado, foi de R$ 0,60 por tonelada.
Técnicos do setor calculam que 5% das 30 milhões de sacas que acabam de ser colhidas no Estado é geneticamente modificado.

OESP, 01/04/2005, p. B16

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