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Cresce o número de Unidades de Conservação na Amazônia

Ibama
Autor: Célia Pereira
21 de Jun de 2006

Além do Parque Nacional dos Campos Amazônicos, o governo criou nesta quarta-feira (21) mais duas reservas extrativistas (Resexs) na Amazônia. A Resex do Rio Unini, situada no norte do Amazonas, abrange 833.352 hectares
e será a maior do estado. No sul do Amazonas, a Resex Arapixi compreenderá uma área de 133.637 hectares.
A área protegida na Amazônia aumenta mais de 1,8 milhões de hectares, somando-se o território das novas unidades de conservação. Desde o início do governo Lula foram criadas ou ampliadas 57 UCs: quatro em 2003, 11 em 2004, 21 em 2005 e outras 21 até o momento.
Em solenidade no Palácio do Planalto, o governo federal e o governo do Amazonas assinaram um memorando de entendimento para que sejam adotados procedimentos comuns na criação de unidades no estado.
As Resexs são áreas de domínio público utilizadas por populações extrativistas tradicionais, comunidades que vivem do extrativismo, da agricultura de subsistência e da criação de animais de pequeno porte. Com a criação dessas reservas, o governo pretende proteger os meios de vida e a cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável dos recursos
naturais.
Resex do Rio Unini - A Reserva Extrativista do Rio Unini, no município de Barcelos, no Amazonas, deverá atender a cerca de 200 famílias que garantirão o manejo sustentado de seus principais meios de vida que é o extrativismo da castanha do Brasil, do cipó titica e da pesca . Essa UC também terá grande potencial para o desenvolvimento do ecoturismo. Ela será a primeira reserva extrativista do Rio Negro. Com sua criação, o governo atende a uma reivindicação de seis anos da Associação de Moradores do Rio Unini.
A Resex está localizada numa área de grande importância biológica, onde foram identificadas as ocorrências de 16 ordens de insetos, 124 espécies de peixes, 264 espécies de aves, 42 espécies de mamíferos e várias espécies da flora. As famílias da região vivem do extrativismo e da agricultura de subsistência.
Elas também serão beneficiadas com a criação de um grupo de trabalho, que reúne representantes da associação, do Ibama, do Ministério do Meio Ambiente e do governo do estado, para revisar os limites da área do Parque Nacional do Jaú, onde residem cerca de 70% dessas famílias, e é vizinho da Resex do Rio Unini. O objetivo é reduzir os limites do parque e aumentar os limites da reserva extrativista. Em breve, esse grupo de trabalho apresentará sua proposta, que deverá ser apreciada pelo Congresso Nacional.
Arapixi - Aproximadamente 300 famílias serão beneficiadas com a Resex Arapixi, no municípo de Boca do Acre, no Amazonas. A atividade econômica que deverá garantir o desenvolvimento sustentável da região é a coleta de castanhas e a extração do látex das seringueiras.
A expectativa das comunidades locais é de que a criação da Resex permita impedir o avanço da devastação dos meios de vida dessas famílias pelo avanço da pecuária e da cultura da soja sobre o território.O levantamento biológico da área identificou a presença de 25 espécies de peixes, sete espécies de répteis, 123 espécies de aves e 33 espécies de mamíferos.
A criação dessa unidade atende a uma solicitação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Boca do Acre, que durante o processo contou com apoio do Conselho Nacional dos Seringueiros e o Grupo de Trabalho Amazônico. A comunidade local luta pela Resex desde o ano de 2000.

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