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CPI de Brumadinho: seis senadores receberam doações de mineradoras

O Globo, País, p. 12
15 de Mar de 2019

CPI de Brumadinho: seis senadores receberam doações de mineradoras
Parlamentares que integram comissão declararam repasses de empresas ou pessoas físicas ligadas ao setor

NATALIA PORTINARI E AMANDA ALMEIDA
opais@oglobo.com.br
BRASÍLIA

Seis dos 14 senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para investigar a tragédia de Brumadinho já receberam, direta ou indiretamente, verba de mineradoras em suas campanhas em eleições passadas.

O senador Carlos Viana (PSD-MG), nomeado relator da CPI, recebeu, nas eleições de 2018, R$ 100 mil do executivo Luís Fernando Franceschini, diretor do Grupo Biogold, fundo formado por empresários mineiros para desenvolver projetos de mineração.

Outro a integrar a CPI, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) recebeu R$ 18 mil da Vale e R$ 13 mil de outras mineradoras nas eleições de 2014, verba repassada através de outros candidatos do seu partido.

Otto Alencar (PSD-BA) teve doação de R$ 1,4 mil da Vale em 2014, também encaminhados por outro candidato.

A senadora Rose de Freitas (PODE-ES) recebeu R$ 200 mil da Salobo, projeto de cobre da Vale, em 2014, e Wellington Fagundes (PRMT), R$ 150 mil, de uma mineradora chamada Cavalca Construções e Minerações Ltda no mesmo ano.

Jean Paul Prates (PT-RN), suplente de Fátima Bezerra na CPI, fez campanha em 2014 com R$ 58 mil da Serveng, grupo que atua com obras, energia e mineração.

Procurado, Carlos Viana disse que há diferença entre receber doação legal e defender uma atuação das empresas que ponha vidas em risco.

- Uma coisa é receber uma doação legal, outra é concordar com coisa errada. Pela importância do setor da mineração, é muito difícil em Minas Gerais não buscar um setor que tenha uma coisa ligada à mineração, ou um ex-funcionário.

Wellington Fagundes afirmou, em nota, que "as doações de campanha através de empresas, quando permitidas, jamais comprometeu minha atuação parlamentar". "A citada doação, à época, integrou prestação de contas, aprovada sem restrição pela Justiça Eleitoral".

Otto Alencar afirmou que não sabia que havia recebido dinheiro de mineradoras. Através de sua assessoria, Anastasia disse que não há qualquer comprometimento por ter recebido as doações.

O Globo, 13/03/2019, País, p. 12

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