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CPI das ONGs investiga rombo de R$ 20 milhões

Rondoniagora-Porto Velho-RO
31 de Ago de 2002

O senador Moreira Mendes anunciou ontem que já pediu a quebra do sigilo bancário das ONGs "Proteção Ambiental Cacoalense - Paca" e "Cumpir", que estão sendo alvo de investigação pela Comissão Parlamentar de Inquérito que apura as atividades das organizações não governamentais no País. Ambas foram acusados por envolvimento no desvio de R$ 20 milhões destinados à execução de trabalhos na área de saúde junto às comunidades indígenas rondonienses. Denúncias que chegaram ao senador Moreira Mendes informam que o dinheiro nunca apareceu, nada do que estava proposto foi realizado e os índios continuam dependendo exclusivamente do atendimento nos hospitais públicos. Por delegação dos membros da CPI, os depoimentos serão tomados pela Polícia Federal, na qual já tramita um inquérito para apurar denúncias contra o coordenador da Cumpir, o cacique Antenor Karitiana. Assessores parlamentares que acompanham a comissão do Senado chegam a Porto Velho no dia 10 de setembro para acompanhar a tomada dos depoimentos de Antenor, da coordenadora da "Paca", Maria do Carmo Barcelos, também conhecida como "Maria dos Índios" e dos caciques Oita Motina Cinta Larga e Alzac Cinta Larga. A CPI quer apurar também o envolvimento de novas organizações e a influência de políticos no caso. O que surpreende é que o dinheiro vem sendo desviado, segundo as denúncias, desde 99 e ainda assim a Funasa continuou liberando recursos. A participação da Cumpir somente foi bloqueada este ano, graças às investigações que vem sendo desenvolvidas pela Polícia Federal. A Funasa celebrou com a Cumpir os convênios no 437/99, no valor de R$ 3.331.935,50 e no 047/2001, no valor de R$ 2.836.863,40, num total de R$ 6.168.798,99. Com a "Proteção Ambiental Cacoalense - Paca", foram celebrados os convênios no 016/99, no valor de R$ 5.015.799,12, no 006/2001, no valor de R$ 4.115.778,50 e no 037/2002, no valor de R$, no valor de R$ 4.500.000,00. O total de recursos repassados à Paca é de R$ 13.631.557,62, dinheiro suficiente para instalar um hospital em cada aldeia, mas os índios continuam morrendo à míngua por falta de assistência. Não há, segundo as denúncias, um único posto de saúde em funcionamento, como também não há qualquer medicamento disponível. É isso que a CPI vai investigar e, através dos depoimentos e da investigação das movimentações financeiras das ONGs, apurar inclusive o envolvimento de políticos no caso.

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