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CPFL paga R$ 1,5 bilhão pela empresa de energia eólica Siif Énergies

OESP, Negócios, p. B16
08 de Abr de 2011

CPFL paga R$ 1,5 bilhão pela empresa de energia eólica Siif Énergies

Geração. Pelo acordo, que inclui R$ 544 milhões em dívidas, CPFL fica com quatro usinas já em operação no Ceará, com capacidade de 210 MW, além de mais 732 MW em projetos; com isso, empresa se torna a segunda maior em geração de energia dos ventos

Wellington Bahnemann

O grupo CPFL Energia fechou a compra, por R$ 1,49 bilhão, de 100% da empresa de energia eólica Siif Énergies. O montante total da operação envolve a incorporação de dívidas de R$ 544 milhões. A holding adquiriu quatro usinas eólicas em operação no Ceará, com capacidade total de 210 megawatts (MW), além de adicionar outros 732 MW à carteira de projetos.
A compra da Siif reforça a aposta no desenvolvimento de fontes alternativas. "Alcançamos a segunda posição no ranking dos geradores eólicos", destacou o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Junior.
Com a operação, a CPFL Energia se torna uma das maiores investidoras em energia eólica no Brasil, com aporte total de R$ 3 bilhões. Hoje, a empresa já detém 13 projetos em implantação no Rio Grande Norte, com capacidade de geração de 368 MW. Desse total, oito parques eólicos estão em construção, previstos para entrar em operação entre 2012 e 2013.
O valor do negócio pode ser acrescido em R$ 70 milhões. O montante se refere à compra do maior projeto da Siif, a usina Quintanilha Machado, com capacidade de 135 MW e localizado no Rio. O executivo disse que a usina seria construída em uma área próxima ao aeroporto de Cabo Frio (RJ), que será usado na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016. "Por conta disso, o projeto foi embargado. Se a situação for regularizada até o meio do ano, vamos adquirir o projeto", explicou. O investimento nessa usina é da ordem de R$ 600 milhões.
A energia dos quatro projetos em operação está vendida no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), do governo federal. "Os contratos têm duração de 20 anos com a Eletrobrás, a um preço médio de R$ 264/MWh", afirmou Ferreira Junior. Sobre os outros 732 MW em carteira, localizados no Ceará e no Piauí, o executivo disse que 412 MW possuem certificado de vento, licença ambiental prévia e contrato de arrendamento de terra.
Ao comprar 100% da Siif, a CPFL Energia também adquire experiência no desenvolvimento e operação de projetos eólicos, algo que a companhia não detinha - o grupo, historicamente, tem grande conhecimento de projetos hidrelétricos. "A Siif detém um corpo técnico qualificado na área", afirmou. Além disso, os projetos eólicos potencializam a estratégia da companhia de avançar no chamado "mercado livre para os consumidores especiais", que são clientes que só podem escolher de quem comprar a energia se esta for proveniente de fontes alternativas.
Recursos. Para pagar a aquisição, Ferreira Junior disse que a companhia combinará o uso dos recursos em caixa, que ao final de 2010 eram de R$ 1,5 bilhão, e a emissão de debêntures, ainda sem previsão de ocorrer. A emissão de ações para financiar a operação está descartada. Além disso, a CPFL também rolará a dívida de R$ 544 milhões, referentes aos financiamentos obtidos pela Siif com o Santander para construir as suas usinas.
O fortalecimento da área de energias renováveis do grupo abre espaço até para que a CPFL Energia considere a abertura de capital dessa atividade, a exemplo do que já fazem elétricas na Europa. "Essa é uma estratégia inteligente. Mas esse não é o momento para isso. Precisamos criar um fluxo de geração de caixa e constituir um portfólio de projetos de maior porte para crescermos", ponderou.
A aquisição permitirá que a CPFL alcance o posto de segunda maior geradora privada do País ao final de 2011, ultrapassando a americana AES. Com as quatro usinas da Siif, a capacidade de geração da empresa chegará a 2,718 mil MW, superior aos 2,651 mil MW da geradora AES Tietê. O assessor financeiro da CPFL Energia na operação foi o Itaú BBA.

Empresa investe também em biomassa

Wellington Bahnemann

Os planos da CPFL Energia geração via fontes alternativas não se resumem à energia eólica. A companhia também tem avançado na construção de usina termoelétricas movidas a bagaço de cana-de-açúcar. Em agosto do ano passado, a primeira usina a biomassa, localizada em São Paulo, entrou em operação, adicionando 45 megawatts (MW) ao parque gerador. O projeto demandou R$ 104 milhões em investimento, que foi feito em parceria com grupo de açúcar e álcool Baldin.
Até o final de 2013, a CPFL Energia tem planos de colocar mais quatro usinas em operação, sendo três no Estado de São Paulo e uma no Rio Grande do Norte. Os quatro projetos somam 185 MW de potência e R$ 493 milhões em investimentos, também em parceria com grupos sucroalcooleiros.

OESP, 08/04/2011, Negócios, p. B16

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/2011040/not_imp703385,0.php
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/2011040/not_imp703386,0.php

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