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Cosmético da Amazônia faz sucesso em Paris

OESP, Economia, p. B18
25 de Set de 2007

Cosmético da Amazônia faz sucesso em Paris
Depois de morar um ano na floresta, fotógrafa cria grife e vira fornecedora da Galleries Lafayette e da Sephora

Marianna Aragão

Os cosméticos brasileiros estão na moda no exterior. Nos últimos seis anos, a exportação de produtos de beleza 'Made in Brazil' cresceu 153%. Aproveitando a porta aberta por gigantes como Natura e O Boticário, as pequenas empresas também estão conseguindo chegar lá fora - segundo a Agência de Promoção de Exportações (Apex), elas já representam 95% do total de companhias do setor.

É o caso da Amazon Secrets, da paulistana Sheila Farah. Depois de morar por um ano às margens do rio Tarumã, na Amazônia, onde trabalhou como fotógrafa, Sheila decidiu criar uma linha de cosméticos só com ingredientes da região. Foram cinco anos de pesquisa e desenvolvimento - e R$ 2 milhões investidos do próprio bolso - até chegar ao produto final, com rótulo em seis idiomas. 'Queria que a marca já nascesse global.'

E assim foi feito. Com apenas um ano de vida, a Amazon exporta 90% da produção para lojas como a Sephora, do grupo de luxo LVMH, e a Galeries Lafayette, em Paris. Toda a matéria-prima é certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), entidade que atesta o manejo ambientalmente correto das florestas.

No caso dos cosméticos, o apelo internacional da Amazônia é quase que um passaporte para o sucesso. 'Há uma tendência mundial de consumo de produtos naturais e exóticos', diz Nelma Vieira, gestora do projeto da Apex e Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) que promove a exportação por pequenas e médias empresas. De 2004 a 2006, as exportações das 75 companhias do programa saltaram de US$ 33 milhões para US$ 46 milhões.

Além do período de estabilidade que o País atravessa, o aumento de linhas de financiamento especiais motiva a entrada das pequenas empresas no mercado internacional. 'Hoje, instituições públicas e privadas têm linhas de crédito específicas para esse segmento', diz o consultor da área e professor da Fundação Getúlio Vargas, Cláudio Goldberg.

Foi com o auxílio de financiamento que uma empresa de Mogi Mirim (SP) conseguiu lançar, há um ano e meio, sua linha de cosméticos para exportação, a Brazilian Fruit. Os R$ 12 mil do programa Proger Exportação, do Banco do Brasil, possibilitaram a ida da companhia à maior feira do setor, em Bolonha. Ali foram fechados contratos com países como Portugal, Inglaterra e Dinamarca. 'O salto no faturamento com as exportações foi de 60%', diz a empresária Verônica Rezzani, que apostou em cremes, maquiagens e sabonetes com fragrância de caipirinha para conquistar o consumidor estrangeiro.

OESP, 25/09/2007, Economia, p. B18

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