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Coordenador da Sesai reconhece sucateamento na atenção ao indígena

Campo Grande News https://www.campograndenews.com.br
30 de Abr de 2019

O coordenador da Sesai (Secretaria Especial da Saúde Indígena) em MS, Fernando de Souza, admitiu que a estrutura disponível para atendimento das comunidades está sucateada e que seria necessário aumento da verba para o trabalho.

Cidades

O coordenador da Sesai (Secretaria Especial da Saúde Indígena) em MS, Fernando de Souza, admitiu que a estrutura disponível para atendimento das comunidades está sucateada e que seria necessário aumento da verba para o trabalho.

A saúde indígena foi tema de audiência pública realizada esta tarde na OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) em MS, convocada pela Comissão de Direitos Humanos. O encontro teve a participação da recém-empossada titular da Sesai, Sílvia Nobre Waiãpi. O auditório estava lotado, com participação das comunidades indígenas de várias regiões do Estado. A reunião começou com duas horas de atraso, por conta de problemas na agenda de Sílvia.

Fernando de Souza apresentou os números da Sesai em MS: a secretaria atende 81.960 índios de oito etnias, sendo o maior dos 34 distritos indígenas do País. A comunidade está presente em 32 dos 79 municípios, distribuída em 78 aldeias.

Para o serviço, são R$ 49 milhões por mês utilizados em recursos humanos e R$ 25 milhões para custeio. A secretaria regional tem 872 profissionais da saúde, subdivididos em 29 equipes que atendem em 75 unidades. Souza disse que a estrutura disponível está "sucateada" e que precisa ampliar atendimento.

No ano passado, segundo dados da Sesai, 43 crianças morreram com menos de um ano nas aldeias, maioria, por problemas ligados a desnutrição. A taxa de mortalidade infantil foi de 23,5 crianças/mil.

Municipalização - O principal temor levantado durante o debate era o fantasma da municipalização da saúde indígena, que chegou a ser prevista pelo Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Porém, depois de vários protestos pelo país, voltou atrás e nomeou Sílvia Waiãpi para a Sesai.

As lideranças disseram que um dos principais problemas é o preconceito sofrido no atendimento regular do sistema de saúde público.

Laércio Antônio, da Aldeia Cachoeirinha, em Miranda, foi um dos que se preocupou com o tema. "A gente sofre muito com a questão da média e alta complexidade; quando a gente precisa de atendimento especializado, disputa vaga de igual para igual com o não índio". Ele também citou o preconceito sofrido pelos indígenas nesse atendimento.

O presidente do Conselho de Saúde de Dourados, Leonelson Mariano Silva, também citou problemas com estrutura, como a terceirização dos serviços e materiais. "Se o motorista não vai trabalhar, índio fica refém, não tem quem o leve".

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