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Coordenação Geral das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab) reúne-se em Assembléia Geral

Site do ISA-Socioambiental.org-São Paulo-SP
Autor: Sidnei Peres
02 de Jun de 2001

A VII Assembléia Geral da Coiab, realizada em em
Santarém (PA), entre 28 e 31 de maio, contou com a presença
de 141 delegados de diversos povos e organizações indígenas
da região amazônica.

Durante o encontro houve eleição para os cargos de coordenador geral e vice-coordenador e foram reeleitos Euclides Macuxi (114 votos) e Cláudio Mura (84 votos). Já para secretário e tesoureiro elegeram-se Agnelo Xavante (89 votos) e Tomé Cambeba (74 votos) no segundo turno. É que no primeiro turno, nenhum dos cadidatos obteve maioria de votos.
Os delegados (quatro, no mínimo, e oito, no máximo) que escolheram seus representantes são escolhidos pelas 18 regiões que formam a Coiab: Acre, Amapá, Roraima, Humaitá, Atalaia do Norte, Rondônia, Tocantins, Rio Negro, Barcelos, Maranhão, Baixo Amazonas, Rio Madeira, Alto Solimões, Mato Grosso, Pará, Manaus, Manicoré e Médio Solimões. Cada região indicou um candidato para os postos da coordenação executiva. Na noite de 30/05, as delegações do Amazonas fizeram uma prévia, ao final da qual escolheram quatro entre oito pré-candidatos. No total, dez candidatos disputaram os cargos.

Os trabalhos da Assembléia - No primeiro dia, houve a apresentação das delegações, a eleição da mesa diretora dos trabalhos, a discussão e a aprovação do regimento interno da assembléia, relatório sobre os trabalhos desenvolvidos pela atual coordenação e prestação de contas. No segundo dia, cada delegação apresentou a situação dos povos indígenas de sua região enfocando vários aspectos como saúde, educação, demarcação, sustentação econômica e organização política. Representantes do Sul, Sudeste e Centro-Oeste também apresentaram análises conjunturais sobre suas regiões. Houve ainda a discussão do novo Estatuto do Índio, que contou com a presença do assessor do Ministro da Justiça, Sérgio Leitão. Vários delegados defenderam a adoção do termo "povos" e se manifestaram contrários à denominação "comunidades" e "sociedades" para designar os sujeitos dos direitos mencionados no novo estatuto. Receberam amplas demonstrações de apoio dos participantes. No terceiro dia, foram discutidas e apresentadas propostas, recomendações e moções para os novos coordenadores. Os delegados aprovaram a proposta de criação de um escritório em Brasília para atuar mais decisivamente no Congresso Nacional e exigir do Poder Executivo a demarcação das terras indígenas.
Ainda nesse dia, a Coiab divulgou sua proposta para o novo estatuto, apresentada pela comissão indígena que a formulou, formada por Paulo Pankararu (advogado), Samuel Karajá (advogado), Sompré Xerente (engenheiro florestal) e Zislene Kaingang (socióloga). Em seguida, cada delegação indicou seus candidatos. No dia de encerramento da Assembléia, foram discutidas algumas alterações no estatuto da entidade, entre elas: a criação de um departamento especialmente dedicado às mulheres e a alteração das bases geográficas de representação e articulação políticas. Então, realizaram-se as eleições para composição da nova coordenação executiva da Coiab e Euclides Macuxi e Claudio Mura foram reeleitos.

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