A Crítica-Manaus-AM
19 de Out de 2001
O movimento indígena amazônico e brasileiro conseguiu dar mais um passo no seu processo de organização e amadurecimento, frente às discriminações e massacres por que tem passado os povos nos últimos 500 anos, com a instalação do escritório de representação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) em Brasília, ocorrida ontem à noite. A inauguração contou com a presença de lideranças de tribos de diversos Estados e representantes de organizações governamentais e não-governamentais nacionais e estrangeiras. Entidades como o Unicef, ISA, Ministério da Justiça e até a Funai elogiaram a iniciativa porque a representação vai facilitar ainda mais os contatos e as ações de parcerias.
Segundo o secretário geral da Coiab, Agnelo Temrité Wadzatsé, o escritório deverá acompanhar as políticas públicas, medidas legais e administrativas que o Governo venha adotar com relação aos direitos dos povos indígenas do Brasil, de modo especial da Amazônia brasileira. Permitirá também garantir mais participação e intervir nos debates relacionados aos interesses indígenas. A Coiab buscará ainda promover a articulação do movimento indígena em nível nacional.
A representação de Brasília foi uma deliberação da 7ª Assembléia Geral da Coiab, realizada em maio deste ano, em Santarém (PA), e instituída oficialmente pelo Conselho Deliberativo e Fiscal em agosto passado.
O projeto conta com o apoio da Secretaria de Coordenação da Amazônia Legal e da deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que por meio de emenda parlamentar, conseguiu alocar recursos na ordem de R$ 80 mil do projeto Avança Brasil, Gestão Ambiental em Terras Indígenas.
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