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Cooperativa de extrativismo do Acre permitirá comercialização de produtos da floresta

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Senildo Melo
02 de Dez de 2001

Aconteceu na manhã de ontem, no Centro Comercial de Produtos Florestais, na estrada da Floresta, a fundação da Cooperativa de Comercialização Extrativista do Estado do Acre (Cooperacre), que vai absorver toda produção extrativista, formada inicialmente por três cooperativas e mais de 70 associações do Acre, tendo como foco principal a comercialização de produtos regionais como castanha, borracha e copaíba.
Para o secretário Executivo de Floresta e Extrativismo (Sefe), Carlos Vicente, a formação de redes de produção e comercialização local é uma da prioridades para o desenvolvimento do Estado. Ele acredita que uma das ações necessárias é promover a capacitação e adequação empresarial das associações e cooperativas locais, a fim de que elas possam ser dotadas de novas habilidades gerenciais e de estruturas organizacionais modernas, capazes de conseguir desempenho mais eficiente nas cadeias produtivas em que atuam.
Para o especialista na área de cooperativismo José Horta Valadares, da Universidade de Viçosa (MG) e Fundação Getúlio Vargas, quando se fala em extrativismo vegetal temos como referência o Acre. Ele acredita que um dos pontos mais fortes do Estado é a economia por meio do extrativismo. "Certamente vai haver um fortalecimento da produção extrativista com a implantação da Cooperativa Central do Acre", observou.
A criação da Cooperacre nasce como parte importante da estratégia global de modernização do extrativismo do Estado, que está sendo desenvolvido pela Sefe juntamente com uma rede de parceiros, que abrange desde a produção sustentável até a viabilização de mercados para os produtos florestais, beneficiando milhares de famílias de seringueiros e outros extrativistas.
Marina Silva aposta no crescimento da economia
Para a senadora Marina Silva, uma das responsáveis pela implantação do projeto, somente por meio do cooperativismo os produtores da região terão a possibilidade de produzir em maior escala e garantir a comercialização desses produtos no mercado local e nacional. "Nós estamos demonstrando que o manejo extrativista é totalmente viável para o nosso Estado quando ele é desenvolvido de maneira estruturada e consciente. O apoio do governo também representa um ponto importante no desenvolvimento das potencialidades econômicas do Estado", comentou a senadora durante palestra na criação da cooperativa.
Números comprovam sucesso de produção da cooperativa
Inicialmente serão somente três cooperativas - Sena Madureira (Coperiaco), Feijó (COAF) e Capixaba (Associação Santa Fé) - e mais de 70 associações envolvendo diretamente cerca de dois mil seringueiros. A produção de borracha no próximo ano envolve aproximadamente 15 mil toneladas, já os negócios com a castanha do Brasil representaram 200 mil latas e cerca de R$ 800 mil por ano. O volume de negócio com a copaíba será de mil litros por ano, gerando um faturamento estimado em R$ 120 mil.
Agregada a comercialização desses produtos, a Cooperacre movimentará cerca de R$ 500 mil por ano na compra de mercadorias e insumos básicos da cesta de bens utilizados pelos seringueiros. Todas estas funções de produção e comercialização, que envolvem um montante anual estimado em quase R$ 3 milhões, representam apenas cerca de 10% do potencial de negócios do setor, avaliado em R$ 30 milhões. Esses números alavancarão o setor econômico extrativista do Estado nos próximos anos.

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