VOLTAR

Consórcio para prever desastres

OESP, Vida, p. A24
24 de Ago de 2006

Consórcio para prever desastres
Sistema de alerta ligará satélites e sensores da UE e mais 65 países

Karine Rodrigues

Um sistema de observação global, capaz de prever com até um mês de antecedência enchentes, furacões, secas e tsunamis, entre outros fenômenos naturais.

Parece um sonho, mas, se a União Européia e todos os 65 países que já aderiram ao projeto cumprirem as metas estabelecidas, vai se transformar em realidade em menos de uma década. Conhecido como Sistema de Observação Global dos Sistemas Terrestres (Geoss, na sigla em inglês), a ferramenta de monitoramento foi apresentada durante o 11o Congresso Mundial de Saúde Pública, no Riocentro, pelo vice-almirante Conrad Lautenbacher, representante do Ministério da Saúde dos Estados Unidos.

Segundo ele, o sistema, que já recebeu a adesão de 43 instituições internacionais, poderá ajudar a reduzir a proporção de mortes relacionadas a eventos climáticos e atmosféricos. Só na última década, afirma Lautenbacher, elas representaram 25% do total de óbitos no mundo. Foram 500 mil vítimas fatais, com prejuízos de US$ 750 bilhões.

"A correlação entre ambiente e saúde pública é muito forte. No Paquistão, por exemplo, o risco de uma epidemia de malária é cinco vezes maior no ano seguinte ao El Niño", diz Lautenbacher.

O Geoss terá mil pontos de coleta de informações na Terra e no espaço, por meio de dispositivos como satélites, sensores e bóias. O Brasil é um dos 12 países do comitê executivo do Geoss.

GLOBALIZAÇÃO DA CIÊNCIA
"A ciência, para proteger o planeta, só funciona de forma globalizada", diz Gilberto Câmara, coordenador técnico do Geoss no País e diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo ele, o Brasil já dispõe de recursos que podem ajudar o sistema, como satélites de observação da Terra fabricados em consórcio com a China. Um deles, o Cbers-2, já está em órbita. Há outros três em construção.

"Nós cobrimos o mundo inteiro, mas as imagens estão disponíveis para todos. Cada um cria seus programas e depois compartilha as informações."

OESP, 24/08/2006, Vida, p. A24

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.