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Conheça os povos indígenas de Goiás

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09 de Ago de 2022

Conheça os povos indígenas de Goiás
No dia 9 de agosto é o dia internacional dos povos indígenas e para comemorar vamos falar sobre os de Goiás

Mariane Faria

09/08/2022

A história dos povos indígenas brasileiros é marcado por muitas batalhas e muitas mortes. Quando os colonizadores chegaram ao Brasil, havia cerca de 5 milhões de índios aqui, divididos em mais de 1.500 povos e mais de 1.000 línguas distintas.

Em decorrência da violência que foi realizado o processo civilizador, houve uma drástica redução desses povos. E de acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2010, temos na atualidade, 817 mil pessoas que se declaram ou se consideram indígenas. Esses povos estão organizados em 270 etnias, com 180 línguas e cerca de 81 dessas línguas correm o risco de desaparecer.

Essa visão de que o índio precisa ser 'educado' e o desprezo pelos saberes ancestrais do povo indígena, culminou na ideia de que o índio não possui nenhum tipo de educação, pensamento que ainda é recorrente no Brasil.

Mas num estado em que o nome tem origem na denominação da tribo indígena "guaiás" que se tornou Goiás, nada melhor que conhecer a história desses povos, não é mesmo?

Preparamos neste dia especial, essa lista para você conhecer 4 etnias indígenas que habitaram e ainda habitam o estado goiano. Confira!

Povo Avá-Canoeiro

Os Avá-Canoeiro autodenominam-se Ãwa, palavra que, "como em outras línguas tupi-guarani, significa gente, pessoa, ser humano, homem adulto". A etnia se localizou durante a história na região das margens do Rio Araguaia, entre os estados de Goiás, Tocantins e Pará.

Até a década de 1960, o grupo era conhecido como "Canoeiro" na literatura, em razão da grande habilidade na utilização de canoas nos primórdios do contato com os colonizadores.

Na região do Araguaia, os Avá-Canoeiro são mais conhecidos regionalmente como "Cara Preta" e a língua avá-canoeiro pertence à família tupi-guarani, do grande tronco linguístico tupi.

A documentação histórica sobre a colonização da antiga Província de Goiás é farta em registros sobre a presença dos Avá-Canoeiro na região dos formadores do Rio Tocantins, conhecido como Rio Maranhão em seu alto curso, onde o grupo foi encontrado originalmente pelos primeiros colonizadores em meados do século 18.

O ódio dos fazendeiros do cerrado goiano com o povo Avá-Canoeiro sempre foi enorme, que chegaram a fazer até expedições de caça a eles. O povo é muito conhecido por sua força e resistência.

Os Avá são vistos como "Guardiões do Cerrado" por especialistas do assunto, afirmativa justificada por dois fatores, o jurídico e o cultural. Um povo que muito sofreu e no cenário atual vive mais escondido em seu próprio território.

Esta etnia tem uma área preservada em território goiano entre os municípios de Minaçu e Colinas do Sul.

Povo Javaé

Os Javaé, assim como os Karajá, são um dos poucos povos indígenas da antiga Capitania de Goiás que sobreviveram Às capturas e grandes mortandades promovidas pelos bandeirantes, à política repressora dos aldeamentos, às epidemias trazidas pelos colonizadores em épocas diferenes e à invasão crescente do seu território.

Nos anos 60, depois de um longo período de dúvidas, a linguística reconheceu o pertencimento da língua Karajá ao tronco linguístico Macro-Jê, embora ainda não tenha sido classificada em família. Atualmente habitam a Ilha do Bananal no Rio Tocantins e em outras 12 aldeias ao longo do Rio Javaés.

Povo Karajá

Os Karajás são habitantes seculares das margens do rio Araguaia e suas aldeias desenham uma ocupação territorial entre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará.

Hábeis canoeiros, manejam com maestria os recursos alimentares do cerrado e da floresta tropical de transição, composto por frutos do cerrado, produtos das roças de coivara e pela rica ictiofauna do rio Araguaia e de pequenos lagos.

Devido ao contato permanente com a sociedade brasileira, os Karajás falam o português e convivem com o mundo dos não índios.

Os Karajás se destacam pela sua arte cerâmica, em especial pelo modo de fazer as bonecas (ritxoo/ritkoko), atributo exclusivamente das mulheres.

Esse saber tradicional está sendo objeto de um processo com vistas ao seu registro como patrimônio imaterial brasileiro.

Devido a grande exploração da atividade agropecuária no estado de Goiás, existe apenas uma área preservada do povo Karajá, que fica no município de Aruanã (três áreas descontínuas).

Povo Tapuio

Bem como os Avá e os Javaés, os Tapuio são conhecidos como mestres de sabedoria e força por (re)existirem historicamente contra diversas investidas de violência física, social, cultural e epistêmica.

As informações históricas referentes aos povos indígenas existentes na região Goiás/Tocantins, na época da colonização, estão baseadas apenas em relatórios de viajantes, depoimentos dos próprios índios e documentos oficiais do governo.

Depois de décadas de extermínio, em 2018, no território goiano existem apenas uma terra do povo Tapuio: no município de Rubiataba e Nova América (duas áreas descontínuas).

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