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Conflito entre índios vai ser apurado

A Tribuna-Rio Branco-AC
03 de Jun de 2003

Agentes da Polícia Federal, do Exército, da Fundação Nacional do Índio e parlamentares federais desembarcam nesta quinta-feira (5), em Cruzeiro do Sul, para iniciarem uma operação destinada a apurar denúncias de que pelo menos 50 índios ashaninkas foram mortos em combates com os amowakas, do Peru, nas últimas duas semanas.

A comissão de parlamentares realiza, no mesmo dia, uma audiência pública para apurar denúncias de tráfico de droga e a invasão de terras indígenas por madeireiros peruanos.

A deputada Perpétua Almeida (PC do B), que integra a comissão de parlamentares, confirmou ontem que um helicóptero [Super-Puma] do Exército Brasileiro também fará um sobrevôo da área com o grupo que se deslocará ao Vale do Juruá. "Faremos um diagnóstico completo do problema in loco", disse a parlamentar.
As terras estão localizadas às margens do Rio Amônea, onde há informações de que os ashaninkas estariam armados com arcos, flechas e espingardas, para atacar os amowakas.

Em dezembro de 2000, o então ministro da Justiça, José Gregori, determinou que fosse executada uma operação para localizar peruanos que estariam extraindo mogno em terras acreanas. Na ocasião, cerca de 350 ashaninkas tentaram expulsar os invasores por conta própria, preocupando a Funai.

Atualmente, o clima é de muita tensão na área, sobretudo depois que muitas de dezenas de índios foram dizimados em conflitos entre tribos. A aldeia Ashaninka do rio Amônea tem 450 índios e está a 700 quilômetros de Rio Branco. Para chegar ao local, é necessário viajar quatro horas de barco até o município de Marechal Thaumaturgo. Não há policiamento na fronteira, utilizada como via para narcotraficantes.

Sobre estes problemas, o Ministério Público Federal propôs ação na Justiça Federal contra pelo menos seis instituições: União Federal, Ministério das Relações Exteriores, Defesa, Polícia Federal, Funai e Ibama.

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