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Conferencia de Montreal chega a acordo sobre o regime pos-Kyoto

FSP, Mundo, p.A35
11 de Dez de 2005

Signatário do acordo terá metas para depois de 2012
Conferência de Montréal chega a acordo sobre o regime pós-Kyoto
DA REDAÇÃO
Depois de negociações complicadas e da oposição ferrenha dos Estados Unidos, a 11ª COP (Conferência das Partes) da Convenção do Clima das Nações Unidas terminou em Montréal (Canadá) com relativo sucesso. Os países que hoje são signatários do Protocolo de Kyoto, o acordo que busca reduzir as emissões de gases causadores do aquecimento global, concordaram em restringir ainda mais suas emissões a partir de 2012, enquanto os que não são membros do pacto deram seu aval para continuar as discussões sobre o problema.
Embora as etapas e as datas do processo não tenham sido definidas, o resultado final foi considerado uma vitória por ter incluído os Estados Unidos, principais emissores de gases-estufa do planeta. Os americanos, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, haviam se recusado sistematicamente até mesmo a continuar as discussões internacionais sobre o tema. Agora, dizem ao menos concordar com conversações informais, ainda sem metas obrigatórias de redução.
O resultado consagra, na prática, o chamado princípio dos dois trilhos, no qual a maioria das nações industrializadas se compromete com os cortes de emissões previstos por Kyoto (inicialmente 5,2% em relação aos níveis de 1990), enquanto os demais países, mais EUA e Austrália, trabalham com ações voluntárias contra o problema. O resultado conjunto das negociações foi designado, pelo ministro do Ambiente do Canadá, Stéphane Dion, como "um mapa para o futuro, o MAP, ou Plano de Ação de Montréal".
Como aconteceu no dia anterior, as negociações se arrastaram até a madrugada, em parte por causa das objeções da Rússia. Os russos se opuseram ao conceito de reduções voluntárias para os países subdesenvolvidos durante a próxima fase de Kyoto, mas acabaram deixando os protestos de lado. Apesar disso, os ministros do Ambiente de vários países do Primeiro Mundo afirmaram esperar que os grandes emissores dos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, concordem em estabelecer metas de redução a partir da segunda fase do protocolo, em 2012. Tais países não aceitam isso, dizendo que a responsabilidade pelo aquecimento global é, na maior parte, do Primeiro Mundo, que emite grande quantidade de gases-estufa desde a Revolução Industrial.
Mesmo com todas as incertezas, Richard Kinley, chefe do secretariado da Convenção do Clima, afirmou: "Essa foi uma das conferências mais produtivas sobre a questão e estabeleceu as diretrizes para lidarmos com a mudança climática no futuro". Organizações ambientalistas também comemoraram o resultado.

FSP, 11/12/2005, p. A35

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