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Conar suspende campanha da Monsanto

OESP, Geral, p.A12
10 de Fev de 2004

Conar suspende campanha da Monsanto Órgão pede mudança em texto em que empresa defende os transgênicos
O Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) determinou a suspensão, até que sejam efetuadas mudanças no texto, da campanha publicitária "Monsanto - Se você já pensou num mundo melhor, você já pensou em transgênicos."
Criada pela agência de publicidade Fisher America, a campanha, que começou a ser veiculada em dezembro nos meios de comunicação, teve seu teor questionado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que pedia a sua suspensão. O Conar considerou que, de fato, não há unanimidade de opinões na classse científica e na sociedade quanto ao uso de transgênicos, mas optou por pedir apenas a modificação no texto.
Por isso, a Monsanto não considerou uma derrota a decisão do Conar. "O Conar apenas recomendou algumas alterações no informe para que ele não pareça peremptório", disse ontem o advogado da empresa, José Inácio Gonzaga Franceschini e complementou: "Isto é, a campanha deve mostrar que ainda há debates em torno dos transgênicos e que há gente que é contra eles."
O advogado da Monsanto adiantou que ainda não sabe se empresa irá recorrer da recomendação do Conar. "Primeiro temos de conhecer o texto da decisão", explicou. "De qualquer forma a campanha já acabou. Não está mais sendo mais veiculada na televisão, apenas em alguns veículos impressos." A Fisher informou que a decisão de recurso cabe à Monsanto.
Para a coordenadora institucional do Idec, Marilena Lazzarini, a decisão do Conar "é muito importante, pois ele é o órgão especializado do meio publicitário na avaliação de propagandas e tem como um dos preceitos básicos o de que todo anúncio deve ser honesto e verdadeiro e respeitar as leis do País."
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti, afirmou que, ao exigir das empresas rigor nas informações sobre produtos científicos, os órgãos de defesa do consumidor "ajudam a fortalecer a ciência e incentivam a aplicação mais confiável e seguro de seus avanços." (Carlos Franco e Evanildo da Silveira)

OESP, 10/02/2004, p.A12

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