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Comunidades indígenas discutem questão agrária

O Rio Branco-AC
Autor: César Negreiros
16 de Abr de 2002

Cerca de 200 lideranças indígenas das etnias Apurinãs, Jamamadis, Kamadenis, Shanenawas, Ashaninkas, Yawanawás, Kaxinawás, Kampas, Kulinas, Jaminawás-Araras e Nauas, participaram ontem da solenidade de abertura do IIIo Encontro de Culturas Indígenas, no Centro Cultural Kaxinawá. O encontro dos povos da floresta tem como objetivo divulgar as potencialidades das comunidades indígenas que vivem aldeadas na região da Amazônia Ocidental. Durante o encontro, as lideranças indígenas e representantes das entidades governamentais e não-governamentais, ligadas à causa indígena, discutirão o problema da questão fundiária e a extinção da Fundação Nacional do Índio (Funai), que será transformada numa agência executiva. "Este tipo de encontro é fundamental para valorizar a cultura indígena", ressaltou Éden Magalhães, coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Segundo ele, a Campanha da Fraternidade desse ano tem como mote "Uma terra sem males", visa, basicamente, refletir sobre o problema da demarcação das terras. Afinal, somente nesta região ainda falta 15 terras indígenas a serem demarcadas. As demais áreas que já foram regularizadas pelo Ministério da Justiça não tiveram o registro do Cartório de Ofício, conforme determina a legislação agrária. "Promoveremos um amplo debate sobre as áreas que ainda estão com a situação indefinida", adiantou Magalhães. Por conta disso, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) simpatizantes da causa indígenas estão com as equipes fazendo um abaixo-assinado para que o poder público acelere o processo destas áreas que ainda não foram demarcadas.
Intercâmbio entre comunidades

Para o líder indígena Antonio Apurinã, o encontro servirá como intercâmbio para as comunidades indígenas. Portanto, ele espera que a sociedade acreana compareça para prestigiar o evento que acontecerá durante a semana. Afinal, encontros desta natureza, segundo Apurinã, busca fortalecer ainda mais a identidade cultural desses povos. Com isso, os visitantes terão oportunidade de assistir às apresentações de danças e cantorias destas etnias da região, além da exposição de fotografias registrando o cotidiano das comunidades e uma mostra de vídeos sobre as populações indígenas. Os turistas ainda terão oportunidade de conhecer um pouco mais de seus. O evento só está sendo possível ser realizado por conta do apoio da Fundação Cultural Elias Mansour

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