VOLTAR

Comunidades começam a tirar da floresta sustento das famílias

O Liberal-Belém-PA
01 de Abr de 2005

Depois da aprovação pelo Ibama do plano de manejo da Floresta Nacional de Tapajós (Flona), localizada na região do baixo Amazonas, o Ibama de Santarém começa a trabalhar na orientação técnica e fiscalização dos subprojetos desenvolvidos pelas cerca de 24 comunidades que vivem na Flona do Tapajós. Ontem mesmo a coordenação da Flona participou de um encontro em Alter-do-Chão com organizações não- governamentais, entidades e representantes das comunidades para definir estratégias de organização do trabalho e cumprimento do plano de manejo da floresta, que prevê a redução de danos ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, um maior aproveitamento econômico da floresta.

A Flona do Tapajós é a primeira unidade de conservação desta categoria a ter seu plano de manejo aprovado pelo Ibama. O processo inicial, que determinou a criação da unidade de conservação, data de 1974, através do Decreto-Lei 73.684/74. Apesar da demora na aprovação do plano de manejo, a notícia chegou em boa hora para as comunidades, segundo informou ontem Domingos Rodrigues, coordenador-adjunto de logística e administração da Flona, ligado ao Ibama de Santarém. "As comunidades estão radiantes com a possibilidade de desenvolver com segurança e maior aproveitamento projetos importantes para sustentabilidade da região", disse ele.

Segundo Rodrigues, alguns desses projetos já estão em desenvolvimento, entre os quais as atividades extrativas de produtos de madeiras como copaíba e andiroba. A nova meta das associações comunitárias e Ongs que trabalham junto às comunidades é desenvolver um projeto de ecoturismo que possa alavancar a economia da região. Rodrigues informou que os técnicos do Ibama ainda estão se familiarizando com o plano de manejo, que está detalhado em três volumes grandes, mas um resumo das diretrizes mais importantes já está sendo trabalhada nos encontros com as lideranças comunitárias, para que aos poucos o processo de manejo sustentável tome maior fôlego.

Outra missão da unidade é desenvolver de forma sustentável a produção florestal e a pesquisa científica, com a adoção de meios para proteger as espécies da fauna e flora, os recursos hídricos e ainda recuperar ecossistemas já degradados por manejo inadequado e realizar atividades de educação ambiental. O plano de manejo, explica Rodrigues, é fundamental para o processo de gestão da unidade, porque permite que as atividades de impacto ambiental e os conflitos existentes na unidade e entorno sejam conciliados em uma gestão participativa, que vai incluir também o processo de avaliação dos projetos pelo Ibama, que vai desenvolver o plano de manejo em parceria com instituições como a Embrapa Amazônia Oriental, o Museu Paraense Emílio Goeldi, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
(-O Liberal-Belém-PA-01/04/05)

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.