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Comunidade quilombola denuncia tiros e casa queimada após conflitos agrários

G1 Tocantins - https://g1.globo.com
25 de Set de 2023

Moradora, que preferiu não se identificar, disse que ataques se arrastam há meses, com destruição de plantações e incêndios perto de residências. Caso foi registrado no Território Quilombola Rio Preto, a cerca de 50 km de Lagoa do Tocantins.
Por g1 Tocantins

25/09/2023 13h19 Atualizado há 23 horas

Ataques registrados nos últimos dias no Território Quilombola Rio Preto, a cerca de 50 km de Lagoa do Tocantins, têm amedrontado a população. Nesse fim de semana, a comunidade foi alvo de tiros e uma casa, incendiada. Os problemas estariam acontecendo devido a conflitos agrários, segundo a comunidade.

A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informou que já está investigando as circunstâncias do incêndio ocorrido no território. Será realizada perícia no local e demais diligências necessárias à elucidação dos fatos, disse o órgão.

Uma moradora, que preferiu não se identificar, disse que vive na região há 34 anos. Antes dela, a terra era habitada pelos antepassados, que plantavam e colhiam para sobreviver.

"Eu nasci nessa terra, meu avô nasceu aqui, meus antepassados ficaram lá há mais de 100 anos. Nos últimos meses, vêm acontecendo ataques. Já derrubaram a nossa roça, uma certa vez 100 pés de abacaxi foram destruídos. Pegam tratores e saem passando por cima de tudo. Também ateiam fogo no matagal próximo as casas", informou.

Nesse fim de semana, a comunidade não dormiu, disse ela.

"Estamos há dois dias sem dormir, porque primeiro trabalhamos para apagar o fogo que tomou conta de um matagal, depois eles atiraram várias vezes. Depois vieram e colocaram fogo em uma casa. Ainda bem que vimos há tempo e conseguimos apagar".

A informação é que muitas famílias estão saindo do território porque temem pela própria vida. Atualmente, há entre 30 a 50 famílias vivendo no território.

"Com essa violência, algumas pessoas estão fugindo por medo, só estão aquelas que não tem alternativa", disse.

Após os ataques, a comunidade disse que acionou a Polícia Militar, mas nenhuma viatura compareceu. O g1 entrou em contato com a PM para saber o que houve e aguarda um posicionamento.

Em nota, a Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Tocantins (COEQTO) informou que o conflito está judicializado em dois processos de reintegração de posse contra a comunidade. Nos dois casos, a Justiça decidiu manter a posse para os quilombolas.

Ainda conforme a associação, a decisão é do dia 08 de setembro e o prazo para ciência da decisão é dia 27 deste mês.

"Em ambos os autos foi juntado no dia 15 de setembro um relatório da Polícia Civil que relata o conflito, após a incursão policial o conflito escalou, com ameaças e intimidações públicas a comunidade, inclusive em rede sociais da cidade.

https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2023/09/25/comunidade-quilomb…

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