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Comunidade indígena realiza manifestação em defesa de sítio arqueológico em Niterói

Agência Brasil
Autor: Nielmar de Oliveira
19 de Abr de 2008

Rio de Janeiro - Representantes de 17 etnias indígenas brasileiras e ambientalistas estão aproveitando o Dia do Índio, comemorado hoje (19), para realizar uma manifestação em defesa do sistema lagunar e do sítio arqueológico localizados na região oceânica de Niterói (RJ) e ameaçados pelos empreendimentos imobiliários da região que é considerada uma área nobre do município.

A manifestação já conta com cerca de 200 pessoas e é realizada na aldeia Tekoa Itarypu, habitadas por índios Guarani M-ba, em Camboinhas, próxima ao canal de Itaipu.

Segundo Arão da Providência, diretor do Centro de Etnia Conhecimento Sócio-Ambiental Cauieré, a manifestação tem o objetivo de "proteger o sítio arqueológico e os cinco cemitérios indígenas e impedir que a prefeitura de Niterói leve adiante as autorizações já concedidas para que sejam construídos condomínios residenciais no local".

De acordo com ele, a autorização para a construção de casas e prédios no local foi embargada pela Justiça Federal - uma vez que a área protegida por lei federal vai da Ilha do Pontal, passando pelas praias do Sossego, Sambaqui, Camboinhas, Duna Pequena e Duna Grande.

"Há ainda em toda essa questão a preocupação com a questão ambiental, uma vez que o importante sistema lagunar formado pelas Lagoas de Itaipu e Priritininga - unidas pelo canal de Camboatá - ficará ameaçado de degradação ambiental", ressalta.

Além da aldeia urbana de Tekoa, existem outras cinco no estado do Rio de Janeiro: Bracuí, em Angra dos Reis, no litoral sul do estado; e Paratimirim, Mamamguá, Rio Pequeno e Itaxim - todas em Parati, também município do litoral Sul.

Além dos protestos que serão feitos na região oceânica de Niterói, as 17 etnias presentes à aldeia Tekoa irão inaugurar a Casa de Reza da Aldeia, construída pelos próprios moradores, com a realização de rituais religiosos indígenas. Para comemorar o Dia do Índio, ainda haverá a apresentação do Coral Guarani e de danças típicas, envolvendo todas as etnias presentes - como a Pataxó, Tucano, Kri Kati, Xavante, e Guajajara, entre outras.

Segundo Arão, os índios de Tekoa Itarypu pertencem a uma das mais importantes etnias do tronco lingüístico Tupi-Guarani. A aldeia é composta por 20 jovens, cinco idosos e 25 crianças - que não falam bem o português.

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