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Comunidade aproveita presença de Lula no extremo sul da Bahia para apresentar reivindicações

Funai-Brasília-DF
Autor: Mylena Fiori
29 de Set de 2005

A comunidade do extremo sul da Bahia aproveitou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à região, para apresentar reivindicações. Uma delas é a criação de uma universidade pública federal na região. A demanda chegou ao presidente pelo dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e deputado estadual petista, Walmir Assunção, durante entrega do título de posse da Fazenda Coroa, entre Porto Seguro e Eunápolis, a 68 famílias de sem terra.

"É preciso que no programa de expansão da universidade pública, o extremo sul seja contemplado", enfatizou o líder do MST. O presidente respondeu que levará a reivindicação a Brasília, mas destacou que nas próximas semanas deve inaugurar a pedra fundamental da Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Destacou, também, a consolidação da Universidade Federal do Vale do São Francisco com os campi de Petrolina e Juazeiro, a futura extensão da Universidade Federal para Anísio Teixeira e para Barreiras, a criação de um Centro Federal de Educação Tecnológica em Vitória da Conquista.

"Eu ouvi o grito de vocês de que é preciso trazer uma extensão para Porto Seguro", disse Lula. "Eu vou levar a reivindicação, a gente não pode fazer todas que quiser. Agora, vai ser feita na cidade que tenha melhores condições de fazer, onde tiver mais gente. Podem ficar certos disso", assegurou. O presidente revelou que serão anunciadas 32 extensões das universidades federais para o interior do país, quatro universidades federais novas e 32 novas escolas técnicas. "Nós só seremos uma Nação realmente forte quando a gente estiver exportando o conhecimento, a inteligência do povo brasileiro", afirmou o presidente.

Antes de retornar a Brasília, no começo da noite de ontem, Lula recebeu outra reivindicação - desta vez, do povo indígena Pataxó. Líderes da Frente de Resistência e Luta Pataxó pediram a demarcação urgente do território tradicional indígena no Monte Pascoal (na divisa dos municípios de Porto Seguro e Itabela), em área contínua às aldeias, o fim do plantio do eucalipto naqueles territórios e a apuração de violência e de ameaças de fazendeiros contra lideranças indígenas.

Na madrugada de segunda para terça-feira, 40 famílias de pataxós retomaram parte do seu território tradicional no entorno do Monte Pascoal, vizinho à aldeia do Guaxuma. Também foram queimados cinco hectares de eucaliptos. A área, da Fazenda Bom Jardim, vem sendo utilizada na monocultura de eucaliptos para fornecimento à Veracel Celulose. Os manifestantes aproveitaram a presença do presidente para a inauguração da fábrica da Veracel na região, na quarta-feira (28). Até a noite de ontem, os pataxós permaneciam no local dançando o Toré, ritual simbólico que representa as lutas indígenas.

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