Diário de SP, dia a dia, p. 17
29 de Jul de 2011
Competência e doçura otimista
André Martini, antropólogo (1980 - 2011)
O "homem branco" André Martini era a referência para os índios na região do Alto Rio Negro, no Amazonas, perto da fronteira com a Colômbia. Ele coordenava o Programa Rio Negro do ISA (Instituto Sócioambiental), entidade que possui sede em Higienópolis, em São Paulo, e filiais em mais sete cidades espalhadas pelo país.
Natural de Mogi Mirim, a 153 quilômetros da capital paulista, Martini se graduou em ciências sociais e fez mestrado em antropologia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Em 2006, tornou-se colaborador do ISA quando fez uma pesquisa para sua tese de mestrado intitulada "Filhos do Homem: a introdução da piscicultura entre populações indígenas no povoado de Iauaretê, Rio Uaupés".
Dois anos depois, integrou a equipe de profissionais do instituto, à frente do Programa Rio Negro, atuando como pesquisador e assessor da Coidi (Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê). Estreitou relações também com associações indígenas de Iauaretê e outros grupos. Amigos e companheiros de trabalho costumavam defini-lo como um profissional competente, possuidor de uma doçura otimista.
Em Iauaretê, vinha participando ultimamente da criação de um centro de pesquisas indígenas e repatriação de ornamentos sagrados, entre outras atividades. Morreu em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, no dia 18, aos 31 anos. Teve um mal súbito, provavelmente um ataque cardíaco ou um AVC (acidente vascular cerebral). Deixa pais e um irmão.
Diário de SP, 29/07/2011, dia a dia, p. 17
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