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Comitê nega retirada de religiosos de área indígena

Folha de Boa Vista
06 de Mar de 2008

O coordenador do Comitê Gestor da Presidência, Nagib Lima, negou que o Governo Federal cogite a idéia de retirar religiosos da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Ele informou que cabe às comunidades atendidas a decisão de aceitar ou não a pregação de quaisquer organizações religiosas.

Conforme ele, o Governo Federal não tem nenhuma intenção de retirar ou segregar religiões dentro da reserva. A decisão de manter ou suspender a atividade de qualquer organização é da comunidade assistida. Todavia, o imóvel cadastrado em nome dessas entidades será identificado, avaliado e indenizado.

A posição de Nagib Lima divulgada ontem ocorreu no dia seguinte à declaração de pastores evangélicos anunciando a realização de um protesto no próximo sábado, em defesa da liberdade religiosa dentro da terra indígena Raposa Serra do Sol.

O representante do Governo Federal reforçou que a comunidade indígena tem livre arbítrio para decidir pela preservação do templo e a permanência do religioso ou da religiosa que a estiver assistindo. "O Governo Federal não vai interferir na opção religiosa das comunidades", realçou.

Ele disse que até o final da manhã de ontem não fora procurado por qualquer liderança ou dirigente religioso sobre a suposta retirada, notícia que considera incompleta. "Como representante do Governo Federal, estou à disposição das organizações que tiverem alguma dúvida para esclarecer a questão da atividade religiosa no interior da reserva".

Mesmo durante o processo de avaliação e indenização de imóveis registrados em nome de suas organizações, o religioso não precisa sair. "Ele pode continuar na localidade onde faz suas pregações desde que tenha vínculo ou autorização da comunidade atendida. O processo de indenização é independente".

Para evitar possíveis distorções o coordenador do Comitê Gestor insistiu que a profissão da fé feita por qualquer designação não será questionada. "Nenhuma força do Governo Federal agirá contra religioso que atue na região desde que a comunidade entenda que aquela pessoa pode continuar desempenhando suas atividades", reforçou Nagib Lima. (C.P)

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