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Comissão investiga morte de 50 índios no Acre

Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
06 de Jun de 2003

O presidente nacional da Funai, Eduardo Almeida, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), integrante da Comissão Nacional de Assuntos Indígenas, e representantes do Exército, do Ibama, e da Polícia Federal visitam hoje a área indígena Ashaninka do Rio Amônea, no Acre, onde teria ocorrido na semana passada a morte de 50 índios. As mortes teriam acontecido durante ataques dos índios Amawakas a uma aldeia Ashaninka. Os Amawakas, também chamados Masko, são arredios e nunca tiveram contatos amistosos com os brancos ou Ashaninkas. A área indígena do Rio Amônea tem 60 mil hectares e está localizada no alto rio Amônea, município de Marechal Thaumaturgo, extremo noroeste do Acre, a pelo menos 980 quilômetros de Rio Branco.

O acesso ao município só é possível por barco ou avião. Por isso, a comissão viaja em avião de carreira até Cruzeiro do Sul, a 676 quilômetros de Rio Branco e, de lá, segue de helicóptero para a região onde ocorreram os conflitos.

Eles vão se reunir com os líderes do povo Ashaninka, na aldeia de Apiwtxa, onde já se encontra o secretário estadual para assuntos indígenas do Estado do Acre, Francisco Piãko, que tem parentesco com os Ashaninkas. De acordo com Piãko, o relacionamento entre as duas tribos nunca foi amistoso e há entre eles a tradição da vingança.

A comissão destaca, no entanto, que o problema não é a guerra entre índios brasileiros com peruanos, mas a ação de narcotraficantes e a invasão do território por madeireiros peruanos. "Todo esse problema vem sendo causado pela movimentação de madeireiros e traficantes de drogas naquela região", disse o presidente da Funai, Eduardo Almeida.

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