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Comissão de lideranças indígenas contra área única vai para Brasília

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
20 de Abr de 2004

Uma comissão de líderes indígenas contrários à homologação da reserva Raposa/Serra do Sol em área contínua embarcou na madrugada de hoje para Brasília, onde se juntam a outros líderes indígenas do Estado que já estão na Capital Federal, para pressionarem o governo Lula a homologar a área indígena em ilhas.

A comissão é formada pelos tuxauas Anízio Filho (Contão), Humberto Rocha (Água Fria), Lauro Barbosa (Flechal), Abel Barbosa (Flechal), Jonas Marculino (Contão), Maria Deuzita (Ingaricó) e Dilson Castro (Ticoça). Eles estarão em reunião na tarde de hoje no plenário da Câmara dos Deputados, onde serão recebidos pela bancada roraimense e pelo presidente da Comissão Externa da Câmara Federal, Lindberg Farias (PT-RJ).

Segundo o presidente da Alidcir, Anízio Filho, os tuxauas farão explanações sobre a real situação dos conflitos existentes na região da reserva a ser demarcada.

"Vamos expressar nossa opinião sobre como queremos a homologação", disse. "Chega de só ouvir um lado, vamos lutar pelos nossos direitos", completou.

No domingo está previsto o embarque do restante da comitiva, comandado pelo presidente da Arikon, Gilberto Macuxi, e mais os Tuxauas Genival Costa (Contão), Danilo Roberto (Monte Muriá), Evangelista Tibí (Maracanã I), Aurelino Pereira (Ticoça), Mecias Santana (Nova Vida), Valdizia Queiroz (Pé de Serra) e Terêncio Luiz (Ubaru), além de Jucerlania Silva (secretária da Alidcir).

SODIUR - O presidente da Sodiur, Silvestre Leocádio, já se encontra em Brasília, participando dos debates da comissão geral da Câmara Federal. Ontem criticou a legislação que define a demarcação de terras indígenas, afirmando que, de acordo com ela, as terras continuam em nome do Governo Federal. Segundo o presidente, o que os índios querem é que as terras pertençam a eles, de fato e de direito.
Reforçando o que já havia dito na Assembléia Legislativa de Roraima, ele afirmou que o índio não quer voltar ao seu estágio de 500 anos atrás, quando o Brasil foi descoberto. Em sua avaliação, é isso, justamente, o que alguns antropólogos e geólogos defendem.

"O índio faz parte do desenvolvimento. Não queremos nos isolar, queremos plantar, colher e vender", explicou. Ressaltou que os índios desejam se integrar à sociedade, tendo acesso a estradas, energia e moradia de qualidade. "Temos índios fazendo faculdade, e é isso que queremos". (R.R)

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