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Comércio ilegal de imagens

A Crítica (AM) - http://www.acritica.com.br
Autor: Elaíze Farias
23 de Fev de 2010

Fotografias e vídeos com imagens de indígenas do Vale do Javari, no Município de Atalaia do Norte, estão sendo comercializados em um site norte-americano com a justificativa de que a vendagem é para "sustentar a missão de ajuda aos nativos da Amazônia". O site é http://www.amazon-indians.org .

Lideranças indígenas daquela região afirmam desconhecer essa suposta ajuda e acusam o pesquisador norte-americano Dan James Pantone de ser o autor das imagens e da iniciativa da comercialização. O nome de Pantone aparece no site. Segundo informações encontradas em outros sites, Pantone é um ecologista norte-americano com doutorado pela Universidade da Califórnia.

No endereço http://www.amazon-indians.org há informações de que a entidade de Pantone arrecadou US$ 300 mil "em subsídios para os nativos". O site também oferece uma "oferta especial para fevereiro de 2010". Quem comprar "os cinco vídeos vai economizar US$ 20".

O indígena Eliésio Marubo, da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), prometeu entrar com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) para que este entre com uma ação junto aos órgãos indigenistas para coibir essa comercialização. Eliésio, que está em Manaus, disse que a partir desta terça-feira passará a pedir apoio da classe política e da sociedade para que o comércio seja imediatamente interrompido.

"Esse pesquisador se intitula Phd e está arrecadando recursos dizendo que ajuda índios. Mas isso não procede. Ninguém sabe quem é esse homem", afirmou Marubo.

A imagem dos indígenas e o risco de comercialização pelo mundo, sobretudo via Internet, é uma preocupação antiga das lideranças. Conforme Eliésio, o acesso de pessoas que se dizem pesquisadores às terras indígenas é muito fácil no Vale do Javari porque não existe fiscalização por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai) e de ONGs conveniadas que prestam serviço na área. "Muitos estudiosos recém-formados são levados para fazer seus doutorados e mestrados por lá. Fazem curso, se dizem experts em índios, mas a gente nunca sabe o que eles fazem exatamente", afirmou Eliésio.

O coordenador da Funai em Atalaia do Norte, Heródoto Jean de Sales, disse que não sabia do comércio das imagens, mas que iria comunicar a situação para a presidência do órgão. Conforme Sales, esse tipo de comércio é ilegal e criminoso. "Vou entrar em contato com Brasília. O que se pode fazer é investigar essa história com apoio da Polícia Federal", disse Sales.

A assessoria de imprensa da Funai informou que a denúncia foi encaminhada ao setor de estudos e pesquisa do órgão para investigação, que vai procurar saber se a exibição e comercialização das imagens no site são autorizadas.

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