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Comerciantes já contam prejuízos pela falta de água

FSP, Cotidiano, p. C8
04 de Dez de 2014

Comerciantes já contam prejuízos pela falta de água
Estabelecimentos deixam de receber clientes e gastam mais em busca de alternativas para o abastecimento
Na terça (2), órgãos reguladores reduziram o limite que a Sabesp pode retirar do sistema Cantareira neste mês

DE SÃO PAULO

Sem chuva suficiente para atenuar a crise do sistema Cantareira, comerciantes e empresários relatam prejuízos com as falhas no fornecimento de água em São Paulo.
Maurício Venâncio, 35, passou pelo sufoco de ficar quase três dias sem água em sua pizzaria na Vila Santa Terezinha, na zona norte.
"Tive que cancelar todas as reservas e fazer só serviço de entrega", diz ele, que poupou a água da caixa de mil litros para cozinha e banheiros.
Segundo o empresário, o prejuízo de sexta a domingo foi de cerca de R$ 2 mil.
Na Brasilândia, também na zona norte, a cabeleireira Edinalva Adelson, 45, relata situação parecida no salão onde trabalha. "Tem dia que a gente deixa de marcar com os clientes porque não tem água para lavar o cabelo", diz.
No bufê de Alessandra Pedroni, 42, no Alto da Lapa (zona oeste), o investimento foi de cerca de R$ 800. "Tive de comprar e mandar instalar uma bomba para que a água chegue até a caixa", conta.
Ela afirma que o local também já ficou três dias sem água. "Graças a Deus, foi durante a semana e não atrapalhou nenhum evento", diz.
Para garantir que isso não aconteça, ela comprou seis galões para reservar água.
Questionada sobre a situação nesses locais, a Sabesp (empresa de saneamento) informou que não havia registro de problemas na rede.
O advogado Bruno Boris afirma que quem se sentir prejudicado pela Sabesp deve juntar provas para abrir uma ação contra a empresa.
"Se não houve comunicação ou aviso prévio de racionamento ou desabastecimento, o consumidor deve ligar para a Sabesp e comunicar o problema", explica.
Porém, para o advogado Anis Kfouri, a causa é difícil por se tratar de uma estiagem histórica. Após nova queda, o Cantareira reservava nesta quarta (3) o equivalente a 8,4% da capacidade.
Na terça (2), a ANA (Agência Nacional de Águas) e o Daee (órgão estadual) reduziu o limite para retirada de água do sistema pela Sabesp.
Em dezembro, poderão ser captados até 30 milhões de m³ (metros cúbicos) da segunda cota do volume morto --em novembro, eram 39 milhões.
(ARTUR RODRIGUES, FELIPE SOUZA, REGIANE TEIXEIRA E SIDNEY GONÇALVES DO CARMO)

FSP, 04/12/2014, Cotidiano, p. C8

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/198585-comerciantes-ja-conta…

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