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Comemoração do Dia do Índio marca reabertura Memorial dos Povos Indígenas

Fato Online - http://fatoonline.com.br
20 de Abr de 2016

A comemoração do Dia do Índio, na noite dessa terça-feira (19), realizada no Memorial dos Povos Indígenas, no Eixo Monumental, foi celebrada com atividades de valorização dos povos tradicionais brasileiros, como dança, lutas típicas e a inauguração da mostra Armadilhas Indígenas.

Trazido a Brasília em parceria com a Embaixada da Austrália, o grupo Descendance exibiu danças típicas de aborígenes, primeiros habitantes daquele país. Em seguida, representantes do povo Yalawapiti da região do Parque Nacional do Xingu (MT) apresentaram danças e a luta corporal huka-huka.

O evento marcou oficialmente a reabertura em março do memorial, que passou por reformas feitas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).

Exposição

Guiadas pelo diretor do memorial, Álvaro Tukano, e com representantes de povos indígenas, autoridades convidadas reuniram-se próximo à fogueira, no centro da arena onde a mostra foi inaugurada.

Com quadros, fotos, objetos e instalações, mesclados ao acervo do memorial e curadoria de Bené Fonteles, a exposição Armadilhas Indígenas poderá ser vista até 19 de junho. Reúne obras de 33 artistas, como Gil Vicente, Athos Bulcão e os indígenas Ailton Krenak, do povo Krenak (MG), e Daiara Tukano.

"Trouxe obras que, além do grafismo tradicional, traduzem o aprendizado espiritual do meu povo", destacou Daiara, em referência aos costumes da etnia Tukano (AM), que cultua a ayahuasca, tradicional bebida dos povos da Amazônia associada a ritos.

Oficinas

As comemorações desta noite integram a programação do Abril Indígena, que começou na segunda-feira (18), com exibições gratuitas do longa-metragem Xingu (2012), de Cao Hamburger, no Cine Brasília (106/107 Sul).

De quarta-feira (20) a 29 de abril, das 9 às 17 horas, a área do memorial que fica a céu aberto receberá oficinas de artesanato, de pintura corporal e feira de artesanato. O projeto Abril Indígena é uma iniciativa das Secretarias do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal e de Cultura.

Além de valorizar a cultura indígena, as atividades visam expor experiências dos povos residentes no DF nas áreas de saúde, educação, segurança alimentar, desenvolvimento social e direitos humanos.

Homenagens

"O índio não deve ser visto como um cidadão comum, isso seria um desrespeito à sua singularidade. Todos nos orgulhamos da influência indígena em nossa gastronomia, em nossa arte, em nossa religiosidade", ressaltou o ministro da Cultura, Juca Ferreira.

"Temos de reforçar nosso compromisso com a luta e com os direitos indígenas", alertou o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa. Diferentemente do capital, a terra, para os povos indígenas, carrega suas almas, corações e ancestralidade", acrescentou.

A secretária-adjunta de Cultura de Brasília, Nanan Catalão, disse que a celebração da data busca a garantia dos direitos desses povos. "Sem as terras, eles não podem perpetuar o legado cultural e todo o patrimônio indígena, tão importante para pensarmos nosso futuro."

Também participaram da solenidade Márcia Rollemberg, esposa do governador Rodrigo Rollemberg, o secretário do Meio Ambiente, André Lima, a subsecretária do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura, Ione Carvalho, os embaixadores da Austrália, John Richardson, e da União Europeia, João Gomes Cravinho, e o adido cultural da Embaixada da França, Jean-Pascal Quiles.

Etnias no DF

Com 2.570.160 habitantes, segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Distrito Federal tem 6.128 indígenas. A maior parte (97%) está concentrada em área urbana. Do total, as três regiões administrativas com o maior número de índios são Ceilândia (13%), Planaltina (8,6%) e Samambaia (8,5%).

Os dados estão em estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgado em 2015: População Indígena: Um Primeiro Olhar sobre o Fenômeno do Índio Urbano na Área Metropolitana de Brasília.

Ainda de acordo com o levantamento, se forem considerados os índios urbanizados, aldeados e moradores da região metropolitana de Brasília, a quantidade excede a 8 mil.

Entre as etnias do DF destacam-se: Banywa, Baré, Bororo, Fulni-ô, Gavião, Guajajara, Guarani Kaiowá, Kaigang, Karajá, Kariri Xocó, Kayapó, Krahô, Kuikuro, Pankará, Pankararu, Pataxó, Potiguara, Satere Mawé, Tapuya, Terena, Tikuna, Truká, Tukano, Tupinambá, Tuxá, Wapixana, Xavante, Xukuru-Kariri, Xukuru e Yalawapiti.

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