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Autor: Andrew Costa
02 de Fev de 2018
A pré-candidatura indígena e ecossocialista de Sônia Guajajara à presidência reuniu mais de 2 mil apoios e agora está oficializada junto ao PSOL. Filiadas, filiados e militantes independentes ligados à movimentos sociais e comunidades indígenas das mais diversas rapidamente aderiram à pré-candidatura e o ecossocialismo indígena terá participação garantida na conferência eleitoral do partido. A lista de assinaturas ainda está aberta e interessados em apoiar a pré-candidatura basta assinar o formulário neste link: https://goo.gl/7tTgS2
A Conferência Eleitoral Nacional do PSOL acontecerá dia 10 de março e terá como objetivo decidir os nomes à presidência e vice-presidência do partido para as eleições de 2018, além de definir um calendário de debates programáticos. Até agora, para além da pré-candidatura de Sônia Guajajara, já são públicas as pré-candidaturas de Hamilton Assis, Plínio Jr. e Nildo Ouriques. A direção majoritária do PSOL defende o nome de Guilherme Boulos, líder do MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Ainda em fevereiro o PSOL e a Fundação Lauro Campos organizarão um debate presencial entre as pré-candidaturas e disponibilizarão os perfis dos pré-candidatos, junto às suas propostas, através de seu site.
Sônia Guajajara: indígena, anticapitalista e ecossocialista
Sônia apresentou sua pré-candidatura pelo PSOL através da "Carta por uma candidatura indígena, anticapitalista e ecossocialista à presidência do Brasil" publicada em novembro de 2017 no site "518 anos depois". Guajajara é mulher indígena de luta da Amazônia, nascida no interior do Maranhão e um nome extremamente respeitado pelo conjunto dos movimentos sociais do país. Coordenadora executiva da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a pré-candidata é nome de consenso praticamente indiscutível dentro do movimento indígena e não virá ao partido apenas para disputar eleição, está filiada ao PSOL desde 2011.
A pré-candidata defende a ideia de que a contradição capital-natureza é estruturante em nossa sociedade e por isso se reivindica ecossocialista. Realiza contundente crítica à direita tradicional e também ao modelo neoliberal desenvolvimentista realizado pelos governos PT nos seus 13 anos de governo. Os governos petistas e tucanos, aliados ao agronegócio, por décadas chacinaram índios por todo o país e isso imprimiu em Sônia e no movimento indígena caráter fortemente radical nos últimos anos.
Partido radicalmente classista mas ainda muito marcado por uma direção predominantemente masculina, branca e acadêmica, Sônia Guajajara chega para mudar a cara do PSOL junto ao povo brasileiro sem abrir mão dos princípios anticapitalistas e revolucionários do partido. É um nome que pode alçar o PSOL à condição de organização popular, radical e finalmente à altura dos desafios impostos pela conjuntura de retrocessos que atravessamos.
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