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Colonos bloqueiam MS-379 e impedem demarcação de área

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Antonio Viegas
27 de Fev de 2003

Um grupo de mais de 200 pessoas entre colonos e seus familiares bloqueou ontem a rodovia MS-379 no distrito de Panambi, para veículos desconhecidos, com a intenção de impedir técnicos da Funai iniciarem o processo de demarcação de 1.138 hectares de terra que estão em litígio. É uma área doada pelo Governo federal durante a implantação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados, que em 1995 foi identificada como terra indígena. Como a situação está indefinida, os colonos não querem permitir a colocação dos marcos temendo a invasão dos índios. Os indígenas acreditam que a colocação dos marcos é um grande passo para a conquista das terras.
O bloqueio da rodovia aconteceu a partir de informações de que ontem iria começar a demarcação. Entretanto, só esteve na aldeia uma equipe da Polícia Federal, acompanhada do delegado Lásaro Moreira e do procurador da República Ramiro Rockembach. Eles queriam posicionar os índios sobre a situação. No retorno foram barrados pelos colonos, que exigiram das autoridades uma confirmação sobre a implantação dos marcos. Tanto o procurador como o delegado responderam com uma afirmativa e explicaram o porquê da medida.
Lásaro Moreira disse aos colonos que a demarcação seria até mesmo uma garantia aos colonos de que os índios não iriam invadir as terras, pelo menos até abril de 2004. Esse prazo foi dado a eles depois de uma reunião com o ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, o que seria tempo suficiente para incluir no Orçamento da União os recursos previstos para a indenização dos colonos. Mas a preocupação dos produtores rurais é autorizar a demarcação e, em seguida, terem as terras invadidas sem que a indenização seja paga.
Tanto o procurador quanto o delegado foram claros com os manifestantes, ao informar que os marcos serão implantados com ou sem autorização, mesmo que seja necessário usar a força policial. Ramiro Rockembach pediu aos produtores que reflitam sobre o assunto para evitar medidas mais drásticas. Depois da conversa, eles resolveram liberar a rodovia sem nenhuma decisão. Dionésio Marques, um dos líderes dos colonos, sugeriu uma nova conversa entre os produtores para avaliar as questões colocadas pelas autoridades

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