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Colonos aceitam acordo com a Funai

Correio do Estado-Campo Grande-MS
24 de Nov de 2001

O presidente do órgão, Glênio da Costa Alvarez, informou que daqui a 15 dias será iniciado o trabalho da reavaliação das benfeitorias

Índios e colonos que disputam a Panambizinho finalmente chegaram a um entendimento. Pelo menos foi o que ficou acertado ontem pela manhã, numa reunião envolvendo as duas partes, representantes de vários órgãos, como Incra, Idaterra, prefeitura, Polícia Federal, vereadores, deputado federal João Grandão e o presidente da Funai, Glênio da Costa Alvarez. Os colonos propuseram e a Funai aceitou uma reavaliação das benfeitorias, que começam em 15 dias, e os colonos vão sugerir áreas para que o Incra possa adquirir ou desapropriar.A reunião, que aconteceu no gabinete da Prefeitura de Dourados, com a participação também do prefeito Laerte Tetila, começou num clima bastante tenso, com ataques tanto por parte dos colonos como pelos índios. Mas como a Funai aceitou a proposta dos colonos de reavaliar as benfeitorias e a partir daí sugerir um novo valor, o encontro teve os ânimos foram apaziguados. Glênio Alvarez fez questão de colocar que a Funai já teria tentado esse tipo de trabalho, mas na época os colonos não aceitaram. Ontem, eles admitiram a necessidade e garantiram que a equipe de avaliação poderá trabalhar com tranquilidade. O presidente da comissão que representava os agricultores, Dionésio Marques, solicitou a participação também dos colonos na equipe e o presidente da Funai aceitou a proposta. Com essa decisão, dentro de 15 dias será enviado um grupo de técnicos de Brasília para Dourados, os quais se unirão ao Incra, Idaterra e os próprios agricultores para definirem um valor atualizado das benfeitorias.Um outro ponto questionado pelos colonos foi com relação ao valor do imóvel. Glênio Alvarez deixou claro que esse problema não era de competência da Funai. O representante da Superintendência do Incra, Bentinho, pediu para que fossem apontadas opções de áreas que possam interessar aos agricultores e a partir daí o órgão iria viabilizar a aquisição ou a desapropriação.Dionésio Marques chegou a pedir que as áreas fossem isoladas, mas o Incra descartou a possibilidade, alegando que só poderia assentar os mais de 30 colonos em uma só área. Quanto à possibilidade de o Incra pagar o valor do imóvel que será repassado para os índios, também foi descartada, pois o presidente Getúlio Vargas repassou essas terras no sistema de reforma agrária e jamais elas poderiam ser pagas em dinheiro.O presidente da Funai esclareceu aos agricultores que a decisão de fazer nova avaliação é apenas uma questão de bom senso. Ele garantiu que o órgão poderia simplesmente depositar o valor oferecido inicialmente em juízo e determinar a desocupação das terras ou, até mesmo, pedir o cancelamento dos títulos de posse, que são os documentos de que os agricultores dispõem. Mas de acordo com Glênio, os colonos conquistaram essas áreas de boa-fé e não podem ser prejudicados.

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