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Coica defende índios isolados em Nova York

A Gazeta -Rio Branco-AC
Autor: PITTER LUCENA
24 de Abr de 2002

O presidente da Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), Sebastião Manchineri, declarou ontem que irá defender no próximo dia 15, em Nova Iorque, a criação de um território índio na fronteira do Brasil com o Peru, com o objetivo de preservar cerca de cinco nações que perambulam isoladas pela região. Manchineri participa do Fórum Permanente da ONU que vai discutir somente assuntos ligados à questão indígena em todo mundo.

A proposta da criação do território, segundo o presidente da Coica, é para evitar a retirada ilegal de madeira da região, uma vez que parte da fronteira do Peru foi loteada para exploração de madeira por empresas asiáticas. Manchineri acredita que um encontro entre índios arredios e pessoas estranhas poderá ocorrer um banho de sangue no meio da selva amazônica. "Para evitar esse derrame de sangue é necessário demarcar com urgência aquela região", frisa.

Manchineri vai denunciar o problema no Fórum nos EUA, como forma de tentar prevenir a vida das nações indígenas isoladas, além de coibir a entrada clandestina de madeireiras peruanas em território brasileiro. Manchineri declarou ainda que a criação dessa discussão no Fórum da ONU, trás um avanço muito grande na estrutura do movimento indígena no mundo todo. "A partir desse fórum vamos poder cobrar mais ações em defesa das nações indígenas existentes no Peru, Bolívia e Brasil", salienta.

Coica acusa Colômbia de crimes contra a humanidade

Um documento divulgado pela Revista Nuestra Amazonia, deste mês, relata uma série de atos criminosos praticados, através do Plano Colômbia, contra lideranças indígenas. De acordo com o documento, mais de 500 dirigentes foram assassinados nos últimos 25 anos por razões políticas em território colombiano. A Coica decidiu quebrar o silêncio sobre a situação que afeta os povos indígenas da Amazônia colombiana e alertar a comunidade internacional sobre o genocídio, etnocídio e ecocídio de que são vítimas os povos amazônicos da Colômbia.

Manchineri declara que a situação é tão grave, que o povo Nu Kak Maku sofreu nos últimos anos o extermínio da metade de sua população, restando na atualidade menos de 370 sobreviventes. Recentemente, em janeiro de 2002, durante a reunião do Conselho Diretivo da Coica, no Equador, revelou-se que poucos dias antes do evento, cinco dirigentes do povo Ingá foram assassinados como conseqüência da solicitação feita ao governo colombiano, para que se respeitem os direitos indígenas estabelecidos nos instrumentos jurídicos internacionais

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