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Coiab promove reestruturação interna e articulação do movimento indígena nacional

Coiab-Manaus-AM
13 de Jun de 2005

A determinação do Conselho Deliberativo e Fiscal da Coiab (Condef/Coiab), em novembro de 2004, de viabilizar um processo interno de reestruturação e fortalecimento institucional e político, conduzido por um Grupo de Trabalho Indígena (GTI), começou surtir efeito. O Grupo de trabalho, nos últimos seis meses, em reuniões praticamente quinzenais, permitiu um debate interno sobre as fraquezas e potencialidades institucionais e políticas da organização, e firmou a perspectiva de desencadear um amplio processo de consulta às bases, sobre esses aspectos, visando a busca de um novo modelo organizacional que responda adequadamente aos desafios e demandas do momento.

Como passo inicial desse processo, a Coiab realizou em Manaus, nos dias 18 a 20 de maio último o I Seminário das Organizações Indígenas da Amazônia, que além de socializar o planejamento estratégico e operacional definido pelo GTI, buscou envolver e comprometer as organizações de base na operacionalização desta amplia consulta. Participaram do Seminário as principais organizações membro da Coiab nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Entre essas organizações estão: Associação Pariwawai A'uwe - Xavante (Aspa), Associação dos Povos Indígenas de Roraima (Apirr), Conselho de Articulação dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Conselho Geral da Tribo Tikuna (CGTT), Conselho Indígena do Vale do Javari (Civaja), Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia (Cunpir), Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam), Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira (Opiam), Organização dos Povos Indígenas Tora, Tenharim, Apurinã, Mura, Parintintin e Pirahã (Opittamp),

O Seminário das Organizações Indígenas da Amazônia avançou na definição de uma relação de propostas de avaliação e reestruturação que serão submetidas às bases em diferentes oficinas regionais.

Além deste processo interno, a Coiab tem se empenhado nos últimos anos no fortalecimento do processo de articulação do movimento indígena nacional. Foi em função dessa perspectiva que a Coiab empenhou-se em 2004 na criação do Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI), composto por entidades indigenistas e organizações indígenas, como o Conselho Indígena de Roraima (Cir), a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) e a própria Coiab. O Fórum, cuja Secretaria Executiva está sob responsabilidade da Coiab, possibilitou no ano de 2005 a realização da Mobilização Nacional Indígena "Acampamento Terra Livre", no período de 25 a 29 de abril, com a participação de mais de 700 lideranças de 89 povos de todas as regiões do país. As lideranças exigiram do governo compromissos relacionados com a criação do Conselho Nacional de Política Indigenista, a regularização das terras indígenas, a defesa, no Congresso Nacional, dos direitos indígenas garantidos na Constituição Federal de 1988, e a criação de um programa nacional de gestão territorial, proteção da biodiversidade e dos conhecimento tradicionais associados.

Dessa forma, a Coiab ao tempo que avança no seu processo de avaliação e reestruturação interna, torna-se também uma referência nacional na luta pelos direitos dos povos indígenas.

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